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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

Descrição de chapéu Campeonato Brasileiro

Investidores apostam que Brasil voltará a ser o país do futebol

Dransfield e Textor estão impressionados com estádios cheios e talento de jogadores

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Don Dransfield é o executivo inglês escolhido pela 777 Partners para ser o diretor de estratégia. Exerceu a mesma função no Manchester City, entre 2010 e 2022. Ou seja, traçou o plano para transformar um clube, cujo maior sucesso em 20 anos era um quinto lugar, no maior vencedor da Premier League nos últimos dez anos.

Não é só dinheiro.

Em sua passagem pelo Brasil, na semana passada, Dransfield conversou sobre o projeto da 777. O Vasco não será um clube satélite, como o Bolívar é para o City Group. Também não será a cabeça da operação, que inclui o Genoa, na Itália, e o Standard de Liège, na Bélgica.

"As decisões levarão em conta o desenvolvimento dos jogadores e dos clubes", afirma.

Ainda existem travas para fazer o Vasco SAF sair do papel: os conselheiros. A oposição conseguiu liminar em nome da comissão de Direitos do Consumidor da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, derrubada apenas na segunda-feira (25).

Trata-se de um detalhe, porque o Vasco vai se transformar em sociedade anônima do futebol, assim como o Botafogo, o Cruzeiro e o América-MG já fizeram. Quem terá sucesso ou fracassará na tentativa de ser vencedor é outro problema.

Fato é que Dransfield viajou ao Brasil falando sobre as coisas que fazem os investidores apostarem que este voltará a ser o país do futebol. Assim como John Textor, está impressionado com os estádios cheios e o talento de jogadores por aqui.

Arquibancadas do estádio do Corinthians estão sempre cheias e impressionam o técnico português Vítor Pereira - Amanda Perobelli - 19.jun.22/Reuters

Pergunto se a visão na Europa é a de que o Brasil descobre tantos jogadores especiais quanto no passado. Dransfield não passa pano: "Na Inglaterra, na Bélgica, na França, há muito mais investimento nas academias". É o que explica tantos grandes jogadores de nacionalidades que não formavam tão bem.

Sua crença é que mais clubes organizados consigam melhorar a formação de jogadores e isso se reflita em mais craques e mais capacidade de manter atletas por aqui.

Mesmo sem esse trabalho formatado para descobrir talentos, o Brasil é o único país com jogadores escalados em todas as finais de Champions League do século 21. A última decisão sem ninguém apto a jogar pela seleção brasileira foi a de 1999, Manchester United 2 x 1 Bayern, porque o centroavante Élber estava machucado no time alemão.

A última finalíssima, em maio, teve mais brasileiros (5) do que espanhóis (2) e ingleses (2), apesar de ser Real Madrid x Liverpool. Dransfield se impressionou ainda mais com essa informação.

Há outro fato que causa impacto nos empresários interessados em investir no futebol do Brasil: paixão. Assim como o técnico Vítor Pereira, do Corinthians, fala abertamente sobre a torcida que lota a Neo Química Arena a cada jornada –a média em Itaquera é de 38 mil torcedores por jogo.

O Brasileiro teve seu primeiro turno concluído com 20.078 de média. É a terceira melhor média dos últimos 40 anos e só perde para os campeonatos de 1983 (22.953) e 2019 (21.320). Como ainda há metade do torneio pela frente, é possível virar recorde.

Se os técnicos estrangeiros não produziram a revolução cultural no futebol do Brasil –seria necessário mudar a nacionalidade de jornalistas e torcedores–, os empresários têm muito mais chance de ter sucesso.

Investir na formação de jogadores que compreendam o jogo, escolher técnicos e profissionais capazes de formar times em longo prazo, gerenciar expectativa e realidade. Tudo isso será muito bem-vindo.

O inglês Don Dransfield e o norte-americano John Textor se impressionam com a incrível combinação de talento e paixão que encontraram por aqui.

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