Siga a folha

Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

Descrição de chapéu Campeonato Brasileiro

Fluminense tem novidade tática no ataque para mundo descobrir

Fernando Diniz nunca se atreveu a dizer que criou algo novo, mas criou

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

O Fluminense merecia vencer o Palmeiras no sábado (27), e isso foi reconhecido pelo técnico Abel Ferreira. Em sua entrevista coletiva, questionado sobre o seu rival ter um estilo diferente de tudo o que se pratica no mundo, ou se isso é um exagero, Abel afirmou que é distinto, sim, e muito atrelado às características de seu treinador, Fernando Diniz.

Pouco antes dessa pergunta, Abel Ferreira afirmou: "Tem um jeito muito peculiar de jogar".

Abel Ferreira não parece encantar-se com o equilíbrio do Fluminense. Elogia e se surpreende com as características de ataque, mas o pós-jogo mostrou também o técnico palmeirense ressaltando que o Flu sofre muitos gols.

Na 15ª rodada, o time de Fernando Diniz possuía a segunda defesa menos vazada do Brasileiro. Nos nove jogos seguintes, sofreu 14 gols. O Palmeiras, quatro.

Surpreendente mesmo é a dificuldade que se encontra para marcar o Fluminense.

Fernando Diniz amontoa jogadores do lado da bola - Alexandre Loureiro - 26.jun.22/Reuters

Não há na bibliografia tática do futebol referência a times que amontoem jogadores do lado da bola, para invadir a defesa com passes curtos, em maioria de atacantes contra os zagueiros. Fernando Diniz nunca se atreveu a dizer que inventou uma novidade tática. Mas criou. Diz inspirar-se apenas nas características dos atletas que tem à disposição.

O jornalista inglês Jonathan Wilson, autor de "A Pirâmide Invertida", um documento sobre tática na história do jogo, diz que o Brasil foi inovador em estratégias de ataque, até os anos 1990. Especialmente na Copa do Mundo de 1970.

Basta ver o gol de Carlos Alberto, com Jairzinho atraindo seu marcador pessoal, Giacinto Facchetti, para o lado esquerdo. Isso abriu o lado oposto inteiro para Carlos Alberto fazer o quarto gol do Brasil contra a Itália, a criação coletiva mais brilhante da história das Copas.

Abel tratou também da dificuldade de marcar as inversões para o lado oposto. Essa característica é mais comum e igualmente surpreendente.

O Fluminense atrai defensores do adversário para um lado, dificulta a marcação e cria um corredor livre no lateral contrário. Foi assim o gol de Cano, em jogada de Samuel Xavier, nos 4 a 0 sobre o Corinthians, em julho. Ou o lançamento de Samuel para Cris Silva, no gol de Arias, no 2 a 2 com o Corinthians, pela Copa do Brasil.

Também uma inversão de Arias, para Samuel Xavier, que poderia ter resultado em gol contra o Palmeiras.

"Se jogarem sempre nesse nível, vão brigar pela Copa e pelo Brasileiro", elogiou Abel Ferreira.

Não será simples tirar o título do Parque Antarctica. O inconveniente para o time de Abel é a tabela. Os palmeirenses jogarão fora de casa contra Bragantino, Atlético-MG, Athletico-PR e Internacional. Também visitaram Corinthians e Fluminense e só receberam o Flamengo, no returno.

A tabela é exatamente inversa à do rubro-negro, e isso deixa a ideia de troféu ainda aberta. Se for tão competente contra os mais fortes como foi no primeiro turno, o Palmeiras poderá ser o primeiro campeão brasileiro, por pontos corridos, invicto como visitante.

Com a unificação dos títulos, são seis os vencedores sem derrota: Palmeiras (1960), Santos (1962, 1963 e 1964), Cruzeiro (1966) e Internacional (1979).

O título sonhado

Esqueça a derrota para o Fortaleza. O São Paulo precisa sair da parte de baixo do Brasileiro, mas conquistar um título. Nove anos sem taça, o Paulista 2021, agora a chance é a Sul-Americana. Taticamente, Rogério Ceni faz seu time melhorar, mas resultados não ajudam.

A última chance

O Corinthians pode ganhar a Copa do Brasil, mas terá de enfrentar o inovador Fluminense. Antes, joga nesta segunda (29) contra o Bragantino. Chances de título são remotas, mas vitória na Neo Química Arena deixará o time a oito pontos do líder, como o Flu.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas