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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Palmeiras tem nova versão do time que nunca perdeu

Escalação utilizada por Abel Ferreira contra o Flamengo está invicta

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Existe um time na história do Palmeiras que jamais perdeu. É quase poesia dizer Leão, Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Edu, Leivinha, César e Nei. Em 16 partidas, oito vitórias e oito empates.

No domingo (21), o time de Abel Ferreira enfrentou o Flamengo com outra formação que segue imbatível: Weverton, Marcos Rocha, Gustavo Gomez, Murilo e Piquerez; Danilo e Zé Rafael; Dudu, Raphael Veiga e Scarpa; Rony. Juntos, os onze atuaram seis vezes, ganharam três e conquistaram o terceiro empate.

Arrascaeta (à esq.) disputa bola com Gabriel Menino na partida entre Palmeiras e Flamengo
Arrascaeta (à esq.) disputa bola com Gabriel Menino na partida entre Palmeiras e Flamengo - Carla Carniel/Reuters

O verbo conquistar está aqui conjugado na terceira pessoa do plural, porque o resultado avaliza o Palmeiras como principal candidato ao título. Os oito pontos de diferença não garantem, mas empurram em direção ao 11º troféu do campeonato.

A incerteza é a tabela. Nos quinze jogos restantes, o Palmeiras enfrentará Fluminense, Athletico, Internacional e Atlético Mineiro fora de casa. Abel Ferreira ouviu de seus jogadores que a receita para vencer o campeonato é não perder em casa. Na contramão, pode ser o primeiro campeão brasileiro dos pontos corridos invicto como visitante, duas derrotas no Allianz Parque.

Contra o Flamengo, a estratégia prevaleceu menos do que na final da Libertadores, há nove meses. Talvez pelo Flamengo ter permitido aos donos da casa jogarem no ataque.

Scarpa sempre joga do lado do lateral adversário mais ofensivo. Abel Ferreira protege Dudu –e seu time, permitindo ao camisa 7 atacar mais. A razão é óbvia: Scarpa marca melhor. Só que o gol do Flamengo nasceu de Ayrton Lucas, no setor protegido por Scarpa. No segundo tempo, De Arrascaeta quase marcou 2 x 1 depois de um cruzamento de Matheuzinho. Scarpa também o acompanhava.

Não dá para planejar tudo. Scarpa não jogou mal, não teve nenhuma culpa no gol e Dudu deu o passe para o gol de Raphael Veiga, quando trocou o lado esquerdo pelo direito.

A saída de jogo do Palmeiras normalmente funciona, seja com passes curtos, ou com lançamentos longos. Lembre-se de Gustavo Gómez passando para Mayke oferecer o gol a Raphael Veiga, na final da Libertadores. O ensaio deu certo daquela vez. Desta, um chute longo de Marcos Rocha caiu na defesa do Flamengo e se transformou no lance do primeiro gol, cruzamento de Ayrton Lucas para a cabeçada de Victor Hugo.

Campinhos do PVC mostram esquemas táticos do Palmeiras: 1) Palmeiras com Dudu pela esquerda, pela ausência de Rodinei; 2) Flamengo com três atacantes obrigou Palmeiras a prender quatro na defesa
Núcleo de Imagem

O clássico entre os dois melhores times do Brasil não virou jogaço. A partida foi tensa e teve menos estratégia do que a final da Libertadores. O Palmeiras não tentou atrair o rival. Foi ao ataque e este pode ter sido um dos motivos de as questões táticas aparecerem menos do que é costuma com Abel Ferreira.

Ayrton Lucas foi o melhor em campo, marcando Scarpa no primeiro tempo, Dudu no segundo, quando o atacante palmeirense deu o passe para o gol rubro-negro. Ainda houve outro, bem anulado por impedimento de Raphael Veiga, e quase nenhum perigo em escanteios.

Coisa rara. O Palmeiras tem o melhor ataque do Brasil neste ano, com 112 gols, dos quais 43 pelo alto. O Flamengo é o segundo ataque mais positivo e 41 de seus 103 gols também são de jogada aérea.

Frear os escanteios era parte do plano de Abel Ferreira. Sua formação clássica segue invicta. Faltou ganhar o jogo.

A reação

Neymar segue sua reação no início de temporada. Contra o Lille, campeão há duas temporadas, o brasileiro marcou duas vezes e deu três passes decisivos. Pelo terceiro jogo seguido, foi o melhor em campo, mesmo com grande atuação de Mbappé, desta vez.

O desafio

O desafio de Casemiro aceitar a transferência para o Manchester United não tem muito a ver com dinheiro, mas pode ter com a concorrência. O francês Tchouaméni pode ser o volante do futuro, tanto na Copa do Mundo, quando no Real Madrid.

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