Roteirista e autor de “Diário da Dilma”. Dirigiu o documentário “Uma Noite em 67”.
Juíza determina que olhos de Chico Buarque são castanhos
Decisão do Judiciário abriu precedentes para reinterpretar a MPB
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No final de novembro, a juíza Mônica Ribeiro Teixeira negou um pedido de Chico Buarque para que o deputado federal Eduardo Bolsonaro excluísse uma publicação com a música "Roda Viva" e pagasse uma multa. Teixeira alegou não ter comprovação de que Chico é o autor da canção.
Com a jurisprudência aberta pela decisão, o juiz Julinho da Adelaide, imbuído do espírito patriótico, escreveu uma sentença determinando que os olhos de Chico Buarque são castanhos. "Não há comprovação científica de que aquela tonalidade seja azul ou verde. Sem falar na possibilidade daquilo ali ser lente de contato financiada pela Lei Rouanet", escreveu o magistrado.
A desembargadora Bárbara Beatriz mandou investigar o código genético de Chico Buarque. "Nunca é tarde, nunca é demais. Precisamos ter provas de que não estamos lidando com um alienígena", explicou, enquanto erguia o celular para o céu.
Todas as decisões técnicas proferidas pelos juízes e desembargadores passaram por uma comissão de notáveis e, por fim, foram chanceladas por Teresinha do 502, veterinária aposentada.
Deitado em berço esplêndido, o ex-presidente em exercício Jair Bolsonaro interrompeu uma soneca para afirmar que tem provas de que todas as composições de Chico Buarque foram fraudadas. "É só a gente analisar o log dos pendrives fabricados antes de 2020 para perceber que a MPB foi desenvolvida num laboratório chinês", sussurrou Bolsonaro.
A declaração do presidente incentivou uma nova interpretação do Judiciário sobre a obra de Djavan. "Que samurai é esse?", perguntou, assustada, a juíza Luiza Cecília. "Temos provas factuais de que meu bem querer realmente é segredo e é sagrado? Quem garante que é mais fácil aprender japonês em braile do que você decidir se dá ou não? Muito estranho isso aqui", escreveu em liminar.
Atento e forte, o desembargador Pedro Nicanor Pedreira enviou um oficial de Justiça para a casa de Caetano Veloso para coletar provas de que o artista realmente estacionou o carro no Leblon há 11 anos.
No final da tarde, a juíza Geni Maria João atendeu a um pedido de uma senhora paulistana moradora da Barra Funda e determinou que Gilberto Gil é branco.
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