Secretário de Redação da Folha.
Halloween, a grande novidade do calendário brasileiro
Atenção à data supera a dada ao Dia de Todos os Santos e Dia de Finados
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Foi quase por magia que o Halloween passou de curiosidade dos filmes da Sessão da Tarde a um evento do calendário brasileiro.
Consagrado nos EUA, o ritual foi importado há mais tempo por outros países. Na vizinha Colômbia, restaurantes ostentam teias de aranha durante semanas e pessoas fantasiadas só não parecem estar no Carnaval porque usam os disfarces enquanto sentadas no escritório.
A consolidação no Brasil acelerou-se nos últimos anos impulsionada pela classe média. Condomínios desenvolveram regras para indicar quem quer participar da brincadeira no 31 de outubro. Empresas começaram a desejar Feliz Dia das Bruxas a seus consumidores. O comércio criou promoções temáticas.
A atenção dada ao Halloween hoje em dia supera com folga a das duas datas subsequentes e relacionadas, ambas católicas: o Dia de Todos os Santos (1º de novembro) e o Dia de Finados (2 de novembro), este último um feriado. O fenômeno indica que a igreja já não tem mais tanta força para impor sua agenda.
Fica claro, também, que não se cria cultura por canetada. Pois enquanto o Dia das Bruxas ganhava adeptos, o Poder Público editava leis instituindo, no mesmo 31 de outubro, o Dia do Saci e o Dia do Evangelho.
É verdade que já fomos mais autóctones nas celebrações. O Dia dos Namorados e o Dia do Pais são exemplos fixados pelo mercado publicitário brasileiro. Mas a crítica fácil de americanização dos costumes fica bem respondida por um meme dos últimos dias: "Fazem tanto mi-mi-mi contra o Halloween como se o Papai Noel fosse originário de uma tribo tupi-guarani".
Outras datas estrangeiras, como o St. Patrick's e o Dia de Ação de Graças (esse também objeto de uma canetada presidencial no Brasil), não têm por aqui peso comparável ao do evento desta quinta. O segredo do Halloween talvez esteja na temática --a metamorfose da morte e do mal em caricaturas parece mesmo de apelo irresistível.
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