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Dez anos após iPad, mundo caminhou como Jobs queria, mas não do jeitinho que queria

Sem ter alcançado o status de indispensável, o tablet ocupou nichos

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A tela mostrava um celular iPhone à esquerda e um laptop MacBook à direta. No centro, uma interrogação, completada pelo apresentador: "Há lugar para uma terceira categoria de produto?".

Na cena, que agora completa dez anos, o âncora continuou sua pregação após mostrar a novidade: "Quanto mais eu vejo esse dispositivo, mais eu começo a pensar que a Apple realmente quer que você substitua seu laptop por essa coisa".

A coisa era o iPad, e o homem no palco era Steve Jobs, em um de seus últimos lançamentos —ele morreria no ano seguinte, 2011.

O "iPhonão", como o tablet chegou a ser jocosamente apelidado nos primeiros meses, mostrou que havia um mercado para esse aparelho, algo que se tentava provar havia décadas. O número de iPads vendidos desde então vai se aproximando dos 400 milhões.

O ex-presidente-executivo da Apple, Steve Jobs, durante o evento de lançamento do iPad - Ryan Anson - 27.jan.2010/AFP

Por outro lado, esse novo campo não floresceu como esperado. Nos últimos cinco anos, encolheu mais de 20%. O mercado no terceiro trimestre de 2019, segundo o IDC, foi de 38 milhões de tablets —contra 70 milhões de computadores e 358 milhões de smartphones.

Foi de Mark Zuckerberg uma definição que marcaria o rumo da história: "O iPad não é um aparelho móvel, é um computador". E para o Facebook, ele deixou claro, o futuro estava nos celulares, que em três décadas criaram uma força de hábito jamais conseguida pelos tablets.

Sem ter alcançado o status de indispensável, o tablet ocupou nichos. Ganhou tração entre crianças e em determinados processos corporativos —o que é possível observar nas cabines de comando dos aviões.

Aparelhos introduzidos posteriormente, como os relógios e as caixas de som inteligentes, jamais tiveram a atenção dada ao iPad. A cena de dez anos atrás foi a última a captar tanta atenção para uma novidade digital. Incorporada ao dia a dia, a tecnologia se tornou natural. O mundo caminhou como Jobs queria, mas não do jeitinho que ele queria.

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