Viajante, empreendedor digital especializado em gestão de projetos e futuro recordista mundial ao visitar os 196 países do mundo
Como foi ver a aurora boreal na Noruega
Aprendi na prática que na escuridão é possível ver beleza
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Eu aprendi na prática que na escuridão é possível ver beleza, e isso se dá por causa da minha experiência com a aurora boreal.
Para vê-las, precisa estar bem escuro, e normalmente as noites dos meses de setembro a abril colaboram para isso.
Hoje estou compartilhando uma das minhas metas, que me fez recordar dos tempos de criança. Mas dessa vez não falávamos de caça ao tesouro, mas de caça à aurora boreal! A minha aventura me fez cruzar três países em um único dia, tudo em busca das mágicas e dançantes luzes.
Nessa jornada, até os nomes começaram a fazer muito mais sentido. Por exemplo, quando descobri que "Noruega" significa "caminho do norte" ou "caminho para o norte". Algo relativamente simples e objetivo, mas que eu nunca teria imaginado. Nessas terras dos vikings há fiordes deslumbrantes, montanhas cobertas de neve e waffles em formato de coração cobertos com geleias que compõem o cardápio da manhã.
Eu contatei Italo Garcia, um caçador profissional de auroras, e ele me guiou da Noruega à Finlândia passando pela Suécia, a fim de encontrarmos esse show de luzes da natureza. No entanto, confesso que temi o frio por causa da minha sinusite alérgica que costuma gerar problemas em climas severos. Desde que eu tinha começado a volta ao mundo até aquele momento, -16º C havia sido a temperatura mais baixa a que eu tinha sido exposto.
Como esperado, fiquei doente por causa da sinusite atacada, e infelizmente tive que ficar de cama por 24 horas para poder me recuperar mais rápido. Afinal, nesses momentos sempre compensa mais repousar e cuidar da saúde o máximo que der para não agravar a situação. Mas nem todos os imprevistos são negativos. Eu pude encontrar por acaso a Emmanuelle, uma moça que conheci no Chile durante o Ano-Novo! Ela estava hospedada no mesmo lugar que eu, mas daquela vez na Noruega. Eu gostei muito de ter tido essa sensação de "rosto familiar", e confirmei a ideia de que o mundo é pequeno.
Pois bem, o destino escolhido tinha sido Tromsø, uma cidade aconchegante com estrutura completa de serviços. O local é perfeitamente adequado para servir como base para as caçadas à aurora boreal, e nele passei cinco dias. Embora eu não seja fã do frio, esta foi uma experiência totalmente nova para mim. No meu último dia naquela região, construí o meu primeiro boneco de neve e conheci muitos brasileiros também. Não havia previsão de nuvens nas noites da minha estadia na Noruega, porém naquela noite isso não foi uma realidade.
Dentro daqueles cinco dias, pude ver a aurora boreal em duas noites. O que para mim foi bem satisfatório, uma vez que é um fenômeno que acontece em pouquíssimos lugares do planeta e em épocas específicas do ano.
Eu, particularmente, procuro não criar expectativas para as minhas viagens. Aliás, já comentei sobre isso em outros momentos, isto é, quando digo que opto por deixar o país se apresentar para mim. Na minha cabeça, experiências como essas de se aventurar pelo Ártico, por exemplo, pertenciam aos outros e aos filmes.
Mas eu vivi isso, e hoje em dia desejo aquela e tantas outras oportunidades a todos. Eu aprendi que nunca devemos nos esquecer que às vezes o inesperado nos faz adiar os planos, mas que também nos traz o melhor do inimaginável. Seja um rosto familiar à beira de um fiorde com as luzes da aurora boreal dançando no céu ou a capacidade humana natural de celebrar momentos especiais da nossa vida independentemente do cenário.
No fim das contas, o valor do lugar se dá pelas pessoas que estão conosco, e sem dúvidas o inesperado é algo que devemos convidar para jantar.
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