Jornalista, foi secretário de Redação da Folha, editor de Cotidiano e da coluna Painel e repórter especial.
Perícia dirá se quadro de Serra comprado por gestão Alckmin valia mesmo R$ 85 mil
Justiça determinou apuração para averiguar se preço pago foi justo pelo retrato do ex-governador
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
A Justiça determinou que seja feita uma perícia para apurar se o governo paulista pagou um preço justo pela pintura de um retrato do ex-governador José Serra (PSDB).
O quadro foi encomendado em 2018 pela gestão do então tucano Geraldo Alckmin ao artista plástico Gregório Gruber. A tela, com a imagem de Serra, foi comprada para ser integrada à galeria do Palácio dos Bandeirantes que conta com o retrato de mais de 30 governadores.
Alckmin pagou R$ 85 mil pela pintura. A contratação foi questionada naquele mesmo ano por dois advogados (Carlos Klomfahs e Marcelo Feller), que entraram com uma ação popular na Justiça discutindo os valores gastos, assim como o fato de não ter ocorrido uma licitação para a escolha do pintor.
"A contratação é uma afronta à moralidade administrativa", afirmou Klomfahs à Justiça, argumentando que o gasto era "desnecessário" diante de um contexto de "ajuste fiscal" e "cortes de investimentos em áreas-chave, como segurança e meio ambiente".
Feller disse à Justiça que os valores pagos estavam muito acima dos preços de mercado dos quadros de Gruber. "O valor do contrato foi superfaturado", afirmou na ação.
Gregório Gruber é um premiado artista plástico brasileiro, com obras expostas no Masp, na Pinacoteca e no Banco Mundial, tendo já pintado outros quadros para a galeria de governadores.
Na defesa apresentada à Justiça, Alckmin disse que a compra da pintura ocorreu de acordo com a legislação e que a contratação de Gruber, "por sua excelência", foi indicada pela curadoria do acervo artístico-cultural do Palácio. Afirmou também que o preço pago foi justo e que não houve superfaturamento.
O artista disse à Justiça que os autores do processo alteraram a realidade dos fatos com má-fé. "Os documentos não deixam dúvida que, ao contrário do alardeado, foram cumpridos integralmente os requisitos legais para a contratação", declarou a sua defesa no processo. "A alegação de superfaturamento é ainda mais absurda."
Diante da controvérsia, ainda em 2018, o Ministério Público recomendou à Justiça a realização de uma perícia para avaliar se o preço pago foi o correto.
A análise pericial, no entanto, não foi feita ainda em razão de disputa em torno dos valores cobrados pelo perito para o trabalho, assim como sobre a quem cabe fazer o pagamento.
No final de março, o Tribunal de Justiça decidiu que o pagamento deve ser feito pelo governo do Estado, que terá de arcar com um custo R$ 12.500 por 50 horas de trabalho pericial.
A avaliação, se não houver novos recursos, deverá ser realizada nas próximas semanas.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters