Reginaldo (nome fictício), de 14 anos, estava na aula de judô quando, por acidente, caiu sobre a coluna cervical. O garoto ficou tetraplégico.
Por conta da inatividade, sofre com escaras pelo corpo, feridas comuns em quem fica muito tempo em uma mesma posição na cadeira de rodas ou deitado na cama. Precisa usar fraldas e necessita de alimentação especial, além de passar por fisioterapia e terapia.
O acidente ocorreu em março de 2012 nas dependências de um centro educacional da Prefeitura de Pindamonhangaba, no interior paulista.
Quase dez anos depois, o Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu que o município deve pagar uma indenização de R$ 100 mil ao garoto (valor a ser acrescido de juros desde o início do processo), bem como uma pensão vitalícia de três salários mínimos, a contar desde a data da queda.
A Prefeitura de Pindamonhangaba ainda pode recorrer da decisão.
Na defesa apresentada à Justiça, o município argumentou que o acidente foi uma fatalidade, que não era previsível e que, portanto, não tinha como ser evitado. Afirmou também que a queda decorreu da própria natureza da atividade esportiva, "não se podendo exigir que o professor praticasse conduta diversa, impedindo-a".
A prefeitura declarou ainda que o prédio no qual funciona o centro comunitário, apesar de ter sido construído pelo município, teve a sua administração cedida para uma sociedade de amigos de bairro, "inexistindo qualquer ingerência municipal".
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