Siga a folha

Advogado, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro.

Depois das fake news, a fake fashion

Que tal, em vez de comprar roupas reais para postar no Instagram, comprar peças virtuais?

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Regra a ser lembrada todos os dias: não é possível confiar em absolutamente nada que está na internet. Depois das fake news, o fenômeno mais recente que tem tudo para explodir globalmente é a fake fashion.

No mundo de hoje, todo o mundo gosta de aparecer na internet bem-vestida(o). O problema é que roupas custam caro e seu consumo gera danos ambientais.

A solução acaba de chegar. Que tal, em vez de comprar roupas reais para publicar no Instagram, comprar peças de roupa virtuais, feitas por meio de inteligência artificial e outras modalidades de design? Daí é só inserir as peças em cima de fotos do comprador e postar na internet, deixando todo o mundo impressionado com a diversidade e a criatividade do seu guarda-roupa.

O que parece ficção científica agora é realidade. A marca norueguesa Carlings lançou há pouco sua primeira coleção de peças virtuais. Cada item custa em média € 20 (R$ 95).

O comprador manda uma foto sua para a marca, que então ajusta e insere a roupa virtual no corpo do comprador. Em outras palavras, o usuário manda a pose e recebe a foto vestido para matar. O resultado é impactante e chama mais a atenção no Instagram do que a maior parte das roupas reais compradas em uma loja.

Nessa primeira coleção fez sucesso uma jaqueta bufante azul e um sobretudo amarelo craquelado, além da variedade de calças e tops disponíveis. Se com a tecnologia existente hoje é possível falsificar até rostos humanos com perfeição, fabricar roupas virtuais indistinguíveis da realidade virou tarefa fácil.

Os mais animados com a novidade dizem que a indústria da moda será profundamente impactada por essa tendência. Afinal, já tem muita gente hoje que aluga roupas para tirar apenas uma foto e postar no Instagram. Agora, em vez de alugar ou comprar, pode optar por uma roupa virtual com design impecável. Além disso, a moda digital é sustentável e não agride o ambiente.

Por fim, os proponentes da novidade dizem que a indústria vai ser afetada, mas os criadores não. Toda uma nova geração de criadores de moda virtual pode surgir.

Curiosamente, um outro grupo de moda digital holandês, chamado The Fabricant, já deu outra cartada. Criou a primeira peça da alta-costura digital.

Trata-se de um vestido translúcido que só existe virtualmente. Esse item é exclusivo e vendido para apenas uma pessoa. Foi arrematado por US$ 9.500 (R$ 41 mil) em um leilão. Com isso, a marca está prestes a lançar uma coleção inteira de alta-costura virtual, com preços similares.

Para compensar esse excesso de exclusividade, a marca também está disponibilizando de graça alguns modelos de roupas virtuais, que podem ser baixadas como arquivos para o software CLO3D. 

Quem lê sobre isso pela primeira vez pode pensar que é tudo bobagem. Só que essa “bobagem” pode afetar um mercado de mais de US$ 400 bilhões e os empregos de mais 161 milhões de pessoas. 
De virtual isso não tem nada. 

Agradeço a Cecilia Gromann, que me mostrou esse novo degrau que estamos galgando em direção à 
irrealidade. 

Reader

Já era Fast fashion

Já é A expansão dos brechós

Já vem Digital fashion

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas