Siga a folha

Advogado, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro.

Descrição de chapéu Folhajus tecnologia

Brasil dá salto em inclusão digital

Leis essenciais avançaram no Congresso na última semana, apesar de erros

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

A semana passada foi uma das mais importantes para quem luta pela inclusão digital no Brasil. Ao menos duas leis essenciais avançaram, com acertos e alguns erros. O tema é urgente. 70 milhões de brasileiros estão mal conectados ou não têm conexão. Nenhum país se desenvolve hoje sem conectividade, infraestrutura de telecomunicações e internet.

As leis aprovadas pelo Congresso corrigem parte de um descaso de décadas. O maior deles diz respeito ao Fust, o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações.

Esse fundo foi criado no ano 2000 para promover a expansão do acesso no país. Boa ideia com problemas graves.

Primeiro: só podia ser usado para expansão da telefonia (única rede sujeita à obrigação de universalização).

Segundo: apesar de ter arrecadado mais de R$16 bilhões de 2001 a 2015, só 1,2% do valor foi usado para investir em telecomunicações. Todo o restante foi para “a bolsa da viúva”.

O Legislativo mudou tudo isso na semana passada aprovando a Lei 14.109. O Fust agora pode ser usado em várias redes e serviços, incluindo internet e novas tecnologias de conectividade.

Nesse ponto a lei acertou na mosca. No entanto, nem tudo são flores. Artigos essenciais da nova lei foram vetados pelo Poder Executivo.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou o artigo que previa a aplicação do Fust para levar internet para todas as escolas públicas do país até 2024.

Essa é uma das missões mais importantes que temos como sociedade. Não faz sentido que em 2020 as escolas públicas brasileiras sigam mal-conectadas.

Reforçar a infraestrutura que chega nas escolas públicas (e por consequência em todo seu entorno) é fator de desenvolvimento e requisito para um novo tipo de educação mais inclusiva e capaz de ensinar habilidades-chave, como programação e design.

Outro veto errado do Executivo foi impedir que as empresas de telecomunicação possam abater do valor devido ao Fust até 50% do investimento direto que fizerem anualmente em projetos aprovados
pelo conselho do fundo.

A experiência dos últimos 20 anos é claríssima: é melhor permitir o desembolso direto desses investimentos do que obrigá-los a fazer uma parada na “bolsa da viúva”, sem garantia de que dela jamais sairão.

Outro avanço legislativo da semana passada foi a Lei 14.108, que avança no Brasil a chamada internet das coisas (ou IoT, na sigla em inglês, como também é conhecida).

A lei isentou até 2025 vários dispositivos de comunicação “máquina a máquina” (M2M) de taxas que foram concebidas para um mundo em que eram poucos os aparelhos que se conectariam à internet.
Hoje são bilhões de dispositivos que se conectam à rede.

Essa lei atendeu à recomendação formulada no Plano Nacional de Internet das Coisas, do qual participei com um time multidisciplinar de especialistas.

Essas mudanças são importantes, mas não esgotam a tarefa gigantesca que o país tem pela frente gerar tecnologia e se desenvolver.

Vale repetir: precisamos aprender a transformar conhecimento em riqueza.

O Brasil sabe hoje transformar recursos naturais em valor econômico. Não é o suficiente. Conectividade é a premissa para transformar conhecimento em valor e desenvolvimento.


Reader

Já era Achar que era impossível plantar soja no cerrado brasileiro

Já é Brasil como o maior produtor de soja do mundo

Já vem Produção de soja cada vez maior na Rússia, que tem tido aumento da área agrícola em decorrência do aquecimento global​

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas