O ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel nega que tenha afirmado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que poderia livrar o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) de uma investigação caso ganhasse uma nomeação para o STF (Supremo Tribunal Federal).
A menção a Witzel foi feita pelo então presidente durante uma conversa com Alexandre Ramagem, à época diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, sobre o caso das "rachadinhas" de Flávio.
O áudio foi obtido pela Polícia Federal (PF) e teve seu sigilo levantado pelo ministro Alexandre de Moraes nesta segunda-feira (15).
"O ano passado, no meio do ano, encontrei o Witzel", disse Bolsonaro. "Ele falou: 'Resolvo o caso do Flávio. Me dá uma vaga no Supremo'", seguiu o então presidente.
Na sequência, Bolsonaro sugere que Witzel pretendia destinar a vaga ao juiz Flavio Itabaiana, titular da 27ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, que recebeu os processos do senador.
"Sede de poder", afirmou o general Augusto Heleno, em resposta. O então presidente repetiu: "Sede de poder".
Witzel nega que o diálogo tenha existido. "Nunca mantive qualquer relação pessoal ou profissional com o juiz Flavio Itabaiana e jamais ofereci qualquer tipo de 'auxílio' a qualquer um durante meu governo", afirma ele, em mensagem enviada à coluna.
"O presidente Jair Bolsonaro deve ter se confundido e não foi a primeira vez que mencionou conversas que nunca tivemos, seja por confusão mental, diante de suas inúmeras preocupações, seja por acreditar que eu faria o que hoje se está verificando com a Abin e Polícia Federal", segue.
"No meu governo, a Polícia Civil e [a] Militar sempre tiveram total independência", finaliza Witzel.
O áudio revelado supostamente teria sido gravado por Ramagem. O diálogo foi citado em representação da PF, na investigação sobre a chamada "Abin paralela" no governo de Bolsonaro.
A reunião, segundo as investigações, ocorreu em 25 de agosto de 2020. As advogadas Luciana Pires e Juliana Bierrenbach, que fazem a defesa de Flávio Bolsonaro, participaram da conversa.
Na semana passada, uma operação prendeu agentes que trabalhavam diretamente para Ramagem, que hoje é deputado federal pelo PL e pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro.
Ramagem se manifestou pela primeira vez na sexta-feira (12) e negou ter atuado para ajudar o senador Flávio no caso da "rachadinha".
"Não há interferência ou influência em processo vinculado ao senador Flávio Bolsonaro. A demanda se resolveu exclusivamente em instância judicial", disse o deputado em rede social.
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O ator e diretor Ivam Cabral recebeu convidados como as atrizes Patrícia Aguille e Gilda Nomacce na abertura do Festival Satyricine Bijou, na semana passada, em São Paulo. Realizada pelo Cine Satyros, a mostra apresenta filmes inéditos de cineastas emergentes e homenageia nesta edição os 40 anos de carreira de Gilda. A atriz Alessandra Maestrini, a diretora e dramaturga Denise Stoklos e o DJ Zé Pedro marcaram presença no evento.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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