Advogado, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro.
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
A semana foi quente com relação a tecnologia. Precisaria de três colunas para dar conta de tudo.
A notícia mais importante foi a aprovação do edital que permitirá o avanço do 5G no Brasil. Em uma votação controversa de 3 a 2, a Anatel chegou à formulação final do texto. O edital é ambicioso. Quer que as capitais brasileiras tenham 5G operacional já em 2022. Na sequência, o 5G deve seguir para cidades com mais de 500 mil habitantes. E, até 2029, para todas as cidades pequenas.
Uma novidade é que Anatel decidiu que o padrão brasileiro deverá ser o chamado “standalone”, que é uma versão puro-sangue do 5G. Essa versão precisa ser construída, grosso modo, de forma independente das redes de 4G existentes.
A vantagem é que o 5G brasileiro terá força total, funcionando com a tecnologia mais avançada que existe.
Esse modelo abre caminho também para que pequenos provedores, inclusive no interior, possam participar do fornecimento do 5G.
A desvantagem é que o modelo pode implicar mais custos. No entanto, a expectativa é que esses custos sejam abatidos dos valores das faixas de radiofrequência que serão leiloadas. A ver.
De qualquer forma, essa é uma excelente notícia, especialmente porque o Brasil está atrasado na implementação do 5G. Quanto antes a tecnologia chegar, melhor.
O prazo definirá se o país se tornará produtor de inovações sobre o 5G ou apenas consumidor delas, como de costume. Quanto antes o 5G chegar, maior a chance da primeira hipótese. Quanto mais demorar, maior a chance da segunda.
Outro ponto importante da semana passada foi a aprovação da “Lei do Governo Eletrônico”. Trata-se de legislação ampla que permitirá acelerar a migração dos serviços públicos para plataformas digitais.
Vale lembrar: governo que não se converte em plataforma tecnológica perde a capacidade de governar. O texto aponta nesse sentido.
No entanto, trouxe um texto de última hora —um jabuti— que causou surpresa em alguns, revolta em outros. A lei passa a permitir que entes governamentais cobrem pelo acesso ao dado público quando o acesso ocorrer em larga escala.
Essa ideia nem é de todo ruim, mas, da forma como foi redigida, pode criar uma corrida rumo ao fundo do poço no país.
Se cada gestor de banco de dados puder arbitrar o preço e a modalidade de cobrança de forma independente, o efeito será fechar o acesso aos dados públicos para fins de inovação. O texto da lei segue para sanção presidencial, que poderá ou não vetar o jabuti.
Para terminar, a edição de fevereiro da revista Wired traz um belo texto do ensaísta Paul Ford sobre tudo o que perdemos quando o trabalho migra para home office. O texto é um elogio ao escritório, sua cultura e dinâmicas próprias. Mais do que isso, é um relato emocional.
Quem já trabalhou em escritório vai se identificar quando o autor afirma que “em todo escritório existe um lugar para chorar”. Ele não está escrito no projeto, mas é criado pela vivência: uma escada, a cabine do banheiro, uma varanda.
Quem trabalha ali sabe. Esses lugares e encontros não escritos, não projetados, são parte do que perdemos com o home office. E acredite: fazem falta.
Reader
Já era Veículos movidos a combustão com combustíveis fósseis
Já é Carros e motos elétricas
Já vem Riquixás e carrocinhas elétricas
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters