Siga a folha

Jornalista e escritor, autor das biografias de Carmen Miranda, Garrincha e Nelson Rodrigues, é membro da Academia Brasileira de Letras.

379 anos de folia

Um dia, em 1641, o Rio botou o bloco na rua. E deu no que deu

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Está no artigo "Direito à folia", na seção "Tendências / Debates" de domingo (16), assinado por Juca Ferreira e Guilherme Varella. Até 2013, "um quadro de obstrução operacional dos blocos pela gestão municipal" impedia que São Paulo tivesse Carnaval de rua. Mas, naquele ano, um "Manifesto Carnavalista", lançado pelos representantes dos blocos e reivindicando sua "descriminalização", encontrou eco na administração do prefeito Fernando Haddad (PT), cujo secretário da Cultura era Juca Ferreira, e este entrou em ação.

"Foi criada uma arquitetura jurídico-institucional complexa, com desenho especialmente pensado para o período de excepcionalidade do Carnaval", escreveram. "O arranjo estabeleceu instrumentos regulatórios; distribuição de competências entre as pastas; coordenação dos agentes; otimização dos serviços públicos; metodologia de organização territorial; e regras para a exploração comercial da festa". 

Ainda segundo os autores, houve uma "construção colaborativa dialógica" entre os carnavalescos e a sociedade: "A política pública contribuiu para o desrepresamento da potência dos blocos". Com isso, "São Paulo assimilou e assumiu seu ethos momesco" e, hoje, sete anos depois, confirma "aquilo que prenunciávamos em 2013: não apenas existe Carnaval de rua em São Paulo como ele é o maior do Brasil".

O Rio, coitado, nunca teve essa arquitetura jurídico-institucional. Nos nossos 379 anos de Carnaval —desde o de 1641, quando os primeiros fantasiados saíram à rua cantando—, tivemos de improvisar. A partir de 1848, surgiram, pela ordem, os blocos, os bailes de máscaras, os carros alegóricos, a decoração de rua, os cordões, os ranchos, o maxixe, o corso, as batalhas de confete, os banhos de mar à fantasia, as marchinhas, os sambas, os clóvis, as escolas de samba, os desfiles. Enfim, tudo. 

E só porque, um dia, botamos o bloco na rua. Deu no que deu.

Desfile do Cordão do Bola Preta em 2018, quando o grupo completou cem anos - RioTur

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas