Formado em jornalismo, começou a escrever na Folha em 2001. Passou por diversas editorias no jornal e atualmente assina o blog Copo Cheio, sobre o cenário cervejeiro, e uma coluna em Esporte
Marrocos leva clima de Copa a Marselha
Estádio para 67 mil espectadores estava quase lotado
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Olimpíada é a congregação das mais diferentes modalidades, incluindo até o breaking e a escalada —mas deixando de fora o futsal, nunca entendi; o resto da educação física inteira está lá, mas o futsal, do qual já fui medalhista no ginásio, está fora... assim como a queimada.
Apesar de ser apaixonado por futebol, o de campo, este escriba sempre achou o esporte meio esquisito no meio da Olimpíada, meio deslocado. Eles não ficam nem na Vila Olímpica. Precisam trocar de cidade a casa três dias, às vezes dão até a sorte de jogar em Paris.
Até gostava nas primeiras vezes que acompanhei os Jogos, em 1984 e 1988 (duas pratas para o Brasil), mas ele ficou perdido entre as Copas continentais —os craques estavam na Euro, na Copa América; a Olimpíada pega quem sobra.
E, ao contrário da maioria dos esportes, o futebol olímpico masculino nunca chegará perto da importância de uma Copa do Mundo (desculpe, Neymar). Com o feminino é diferente, a Olimpíada tem o peso de uma segunda Copa do Mundo, sim.
Dito isso, o mesmo futebol terá sempre uma vantagem olímpica: com os estádios para 40 mil, 60 mil pessoas, é muito mais fácil encontrar ingressos disponíveis. E eles são os mais baratos.
Assim, este escriba, em momento nada humilde, foi até Marselha para ver a semifinal do futebol masculino, entre Marrocos e Espanha.
Ao longo de todo dia, era fácil identificar o vermelho com detalhes em verde da camisa marroquina em torcedores —normalmente com os nomes de Hakimi, lateral do Paris Saint-Germain, ou de Ziyech às costas.
E não são necessariamente turistas, como em outros confrontos olímpicos. Imigrantes marroquinos e, principalmente, argelinos, ambos do norte da África, formam uma parte significativa da população da litorânea Marselha. Portanto, Marrocos jogava em casa.
O palco também é de boa lembrança para os brasileiros. No belíssimo estádio Vélodrome, casa do Olympique de Marseille e onde Payet já foi ídolo, o Brasil passou pela Holanda na semifinal da Copa de 1998 nos pênaltis.
Contra a Espanha, o clima era de Copa do Mundo, justamente pela participação da torcida marroquina, com bandeiras, uniformes, sinalizadores e muito barulho.
Ao contrário de muitos jogos do torneio olímpico, com menos de 50% da capacidade preenchida, a semifinal estava praticamente lotada, em um estádio para 67 mil pessoas.
Os "stewards", que cuidam da segurança em volta do gramado, nunca tiveram tanto trabalho. Era comum ver sempre um correndo para cuidar de um torcedor mais exaltado, ou para apagar um sinalizador, foram vários. Aliás, curioso como o tablete da criança (a minha, no caso) quase foi confiscado e precisou ser guardado em um canto do estádio, mas todo mundo consegue entrar com sinalizador.
Em campo, depois que o juiz foi substituído após sofrer uma entrada mais dura em campo —sim, teve isso—, Marrocos foi ao seu limite, aparentemente.
No primeiro tempo, se impôs com força física. No segundo, sofreu na mão do time muito mais habilidoso da Espanha —cuja torcida apareceu na hora do gol. Foi a vingança espanhola da Copa do Qatar, quando foi eliminada para o selecionado africano nos pênaltis.
Na final, a Espanha vai enfrentar novamente uma torcida contrária. Afinal, a França suou sangue, mas conseguiu superar o outro africano, o Egito, na prorrogação. A final será no Parc des Princes, pelo menos é Paris, vai parecer olímpico.
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