Siga a folha

Bióloga e neurocientista da Universidade Vanderbilt (EUA).

Glutamina, molécula presente na carne, ajuda a combater os danos ao DNA

Estudos em roedores mostram desaceleração dos efeitos do envelhecimento

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Outro dia aqui fiz minha campanha pré-verão contra a exposição direta ao sol, que acelera em muito o que o tempo já faz muito bem: danificar nosso DNA. Para os céticos de plantão que ainda achavam que danos ao DNA não eram lá muito problema, e talvez fossem apenas um efeito colateral dos danos que os radicais livres causam a outras partes das células que, essas sim, importam, eis a gota d’água. Camundongos mutantes tornados especialmente incapazes de reparar seu DNA envelhecem prematuramente e morrem cedo, cheios de danos acumulados nos neurônios do cérebro.

Mas o assunto do dia não é esse, e sim a boa notícia de que se envelhecimento não tem cura, ao menos tem como ser retardado. Sim, manter distância do sol é algo ao alcance de todos os veranistas. Mas há algo mais: glutamina.

Desgaste do DNA pelo envelhecimento pode ser atenuado pela glutamina, sugerem estudos com roedores - Emmanuel Dunand/AFP

A glutamina é um dos 20 aminoácidos que constituem as proteínas do nosso corpo, e aliás o mais abundante dos 20 em nosso sangue. Glutamina também é a matéria-prima da qual os principais neurotransmissores do cérebro, glutamato e GABA, são produzidos.

 

Quando tudo vai bem, o corpo sabe produzir sua própria glutamina. Mas sob estresse, seja de condições de vida, de doenças como Alzheimer ou manipulações genéticas controladas em laboratório que aceleram o envelhecimento, o corpo passa a depender de glutamina ingerida na forma de comida. E quando começa a faltar glutamina no corpo, doses suplementares diárias fazem grande diferença.

Quem demonstra e defende os efeitos benéficos da suplementação com glutamina é o neurocientista estadunidense Karl Herrup, especialista em distúrbios do envelhecimento. Herrup demonstrou que suplementação oral da dieta com glutamina (atenção, não confundir com glicosamina, “para as cartilagens”!) reduz os indicadores de degeneração nervosa em camundongos com sinais de Alzheimer.

Depois, animado com os efeitos positivos, descobriu que a glutamina tem ação ampla, e protege até mesmo camundongos mutantes da decrepitude acelerada causada por defeitos genéticos no reparo de danos ao DNA.

Os camundongos ainda morrem, note bem; não se trata de um aminoácido mágico. Mas o que seria uma vida muito abreviada para um total de quatro meses se torna seis com glutamina suplementar.

Sim, tumores adoram usar glutamina como energia; por outro lado, mesmo com suplementação, o corpo parece saber manter o nível de glutamina do sangue apenas normal. Por um lado, tentar suplementar o que não está fazendo falta é inútil. Por outro, glutamina já tem na comida. Basta comer muita proteína.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas