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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

O que Guardiola faria se fosse técnico do Brasil e quisesse jogar como o City?

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Crédito: Darren Staples/Reuters O técnico catalão Pep Guardiola, do Manchester City, líder invicto do Campeonato Inglês

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O futebol e o mundo são festivais de lugares comuns. Guardiola está fora da caixa, mais um lugar comum. Apesar de receber tantos elogios, quase sempre protocolares, tenho a impressão que a maioria o enxerga como se ele trabalhasse em uma situação irreal, idealizada, impossível de ser repetida, de ser referência de mudança. Seria como se não existisse, uma alucinação.

Muitos adoram dizer: "Queria vê-lo trabalhar no Brasil". É pena, pois poderiam aprender com ele.

O Manchester City é o time que mais encanta no mundo. Estou curioso para vê-lo contra Barcelona, Real Madrid ou PSG. Quem venceria e/ou jogaria melhor? O Bayern, dirigido por Guardiola, quando vivia também um grande momento, foi eliminado três vezes seguidas na Liga dos Campeões da Europa, duas para o Real e uma para o Barcelona. Cristiano Ronaldo, Messi e Neymar deitaram e rolaram na defesa adiantada alemã, a mesma estratégia usada no City.

O Manchester City é o único time do mundo que, durante todo o tempo, pressiona o adversário. Quando perde a bola, a recupera rapidamente. É um ritmo alucinante. Nunca recua para marcar atrás, descansar e formar duas linhas de quatro, como fazem as outras equipes.

O City é o único time do mundo que atua com apenas um volante (Fernandinho) e dois meias ofensivos, que estão sempre perto do outro gol. A equipe ataca com uma linha de cinco (dois pontas abertos, um meia de cada lado e um centroavante), como jogava o Cruzeiro, nos anos 1960.

O City é o único time do mundo em que os laterais, muitas vezes, se tornam armadores ao lado dos volantes, formando um trio no meio-campo. Na prancheta, é o 2-3-5, como nos primórdios do futebol, com dois zagueiros, três médios e cinco atacantes.

Vou brincar de imaginar. A vida é uma séria brincadeira, com regras, leis e éticas, que deveriam ser cumpridas. Se Guardiola fosse técnico da seleção brasileira, com tempo para treinar, e quisesse jogar como o Manchester City, como formaria a equipe? Por ter mais mobilidade e habilidade, penso que ele preferiria Fernandinho a Casemiro. Um dos meias ofensivos seria, certamente, Coutinho, e o outro desconfio que seria Marcelo, por ter enorme talento ofensivo, além de a seleção ter dois ótimos laterais para substituí-lo (Filipe Luís ou Alex Sandro).

No gol e na zaga, Ederson e Thiago Silva, por terem melhores passes, provavelmente, entrariam nos lugares de Alisson e Miranda. Marquinhos seria o outro zagueiro, Daniel Alves, obviamente, o lateral direito, e o trio de atacantes, formado por William, Gabriel Jesus e Neymar.

Uma alternativa, usada por Guardiola no Manchester City, no Barcelona e no Bayern, seria jogar com três zagueiros (Miranda, Marquinhos e Thiago Silva), dois alas (Daniel Alves e Marcelo), Fernandinho, Coutinho, pelo centro, mais William, Gabriel Jesus e Neymar. Guardiola usa essa formação quando quer o time ainda mais ofensivo, pois ficam os três zagueiros e mais sete no campo adversário. A moda é formar uma linha de cinco atrás (três zagueiros e dois alas).

Volto à realidade. Não há mais tempo para grandes mudanças, como experimentar Marcelo no meio-campo. Os conceitos diferentes de Guardiola não significam que o time ficaria mais eficiente do que com Tite. Há várias maneiras de jogar bem e de vencer. Cada um faz de seu jeito. Tite tem sido brilhante.

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