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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

Pênalti ou não, eis a questão

Assim era antes: bola na mão ou mão na bola. Para que complicar?

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Após duas semanas de férias, sem ver futebol nem as tragédias urbanas diárias que assolam o país, assisti, no fim de semana, na íntegra, a algumas partidas do Brasileiro.

Apesar de ver, como é habitual, muitos lances individuais bisonhos, um excesso de bolas jogadas na área, para contar com a sorte, tantas reclamações, tumultos e desrespeito dos jogadores aos árbitros, vi, novamente, boas partidas, evoluções táticas, um futebol melhor que o do ano passado.

O Flamengo, mais uma vez, mostrou um amplo e criativo repertório coletivo e individual. Assim como o Grêmio, quando está com seus principais jogadores, o Flamengo sabe, no momento certo, alternar a marcação por pressão, o domínio da bola e do jogo e a troca de passes com a marcação mais recuada e os contra-ataques em velocidade. É o futebol moderno, prazeroso e eficiente.

O Cruzeiro, contra o Flamengo, foi um time agressivo, rápido e intenso, como quer Rogério Ceni, mas isso não basta. No primeiro gol do Flamengo, Fábio, com orientação do técnico, deu um passe na fogueira para o companheiro, sem habilidade, pressionado. Não basta ser um técnico moderno. É preciso usar os conceitos no momento certo.

Everton, do Grêmio, une muita habilidade e muita técnica. Dificilmente perde a bola, executa bem todos os fundamentos, além de fazer as escolhas certas. No Brasil, há muitos meias e atacantes habilidosos, rapidinhos, mas com pouca técnica. Parecem melhores do que são. Seria pela má preparação nas categorias de base?

As declarações de Renato Gaúcho sobre Jorge Jesus são desrespeitosas e prepotentes, ao dizer que o técnico português já está com 65 anos e não ganhou nada fora de Portugal. Renato, se tivesse comandado o Grêmio na Champions League, em vez da Libertadores, também não teria ganhado nada fora do Brasil. Uma coisa é a brincadeira, o personagem folclórico. Outra é o desrespeito.

Por outro lado, Jorge Jesus, ao exagerar nos elogios ao Campeonato Brasileiro, quer valorizar seu trabalho, dizer aos portugueses e a todos os que o acompanham que ele está a brilhar, em um dos maiores campeonatos do mundo. "Vaidade, nada mais que vaidade", dos dois técnicos.

Continua o excesso de interpretações pelo árbitro de vídeo. Nos últimos dias, dois lances parecidos de bolas que bateram no braço do defensor dentro da área tiveram decisões diferentes. Um, no jogo entre Corinthians e Bahia, em que foi marcado o pênalti. No outro, na Europa, entre Atlético de Madri e Juventus, o árbitro seguiu o jogo, como diria Milton Leite. Há também um excesso de regras, como a do braço em posição natural ou não. Nada mais confuso. Os Zé Regrinhas adoram.

Seja por reflexo ou por intenção, esticar o braço e interceptar a bola deveria sempre ser pênalti. Se a bola bater no braço, qualquer que seja a posição, nunca deveria ser pênalti. Assim era antes, bola na mão ou mão na bola. Para que complicar?

O árbitro Igor Junio Benevenuto, em ação em partida no Allianz Parque - Divulgação 12.ago.19/Ag. Palmeiras

O melhor do mundo
Como foi bom ver Neymar brilhar em campo. Muitos acham que Neymar só merece ser elogiado se for campeão da Europa, pelo PSG, ou do mundo, pelo Brasil. Mesmo se Neymar estiver em grande forma, o PSG não é o melhor time do mundo nem o Brasil é a melhor seleção.

Por isso, pelas graves contusões que teve, em momentos decisivos, e por jogar na mesma época de Messi e Cristiano Ronaldo, Neymar não ganhou o título de melhor do planeta, que voltou, merecidamente, para Messi. O argentino não está melhor. É o melhor.

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