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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Portugal vê o Brasil por Jesus e sabe que se vence sem brilho

Técnico português faz bem ao Brasileiro também pela exposição no país europeu

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Jorge Jesus foi técnico do Benfica e do Sporting, times de Lisboa, mas também na cidade do Porto comenta-se muito a respeito do técnico que lidera o Campeonato Brasileiro. Miguel, atendente da loja de aluguel de carros no norte de Portugal, diz que torce pelo Flamengo. "Jorge Jesus está a fazer um trabalho ótimo." Não fala de ouvir dizer. Ele sabe.

Passar uma semana em Portugal parece uma visita aos cartões de loteria esportiva dos anos 1980. Pelo norte, as placas das estradas indicam as saídas para cidades de times como Fafe, Chaves, Aveiro, Rio Ave e Famalicão.

Estes dois últimos clubes estão na Primeira Liga, e o Famalicão manterá a liderança ao final da jornada se vencer o Sporting nesta segunda. Benfica e Porto venceram Moreirense e Santa Clara no fim de semana.

Jorge Jesus, técnico do Flamengo, em entrevista à Folha no Rio de Janeiro
Jorge Jesus, técnico do Flamengo, em entrevista à Folha no Rio de Janeiro - Ricardo Borges/Folhapress

Jorge Jesus faz bem ao Campeonato Brasileiro também pela exposição em Portugal. Na Europa, as informações do Brasil só circulam mais do que no passado porque as notícias correm mais rápido do que há duas décadas. Mas Portugal está no continente europeu, e aqui se fala muito do Brasil.

O mundo se move, e o Flamengo se movimenta. A maior diferença da qualidade do líder do Brasileiro, nesta altura da temporada, para os demais times da Série A é a capacidade de seus jogadores mudarem de posição. Vitinho jogou mal o primeiro tempo contra o Cruzeiro e foi substituído por Piris da Motta. Willian Arão trocou a função de primeiro volante e apareceu na ponta direita para fazer o passe concluído por De Arrascaeta, após corta-luz de Gabriel.

Contra o Fortaleza, o Palmeiras jogou bem e mereceu vencer. Mano Menezes aposta na troca de passes, e isso ajuda a empurrar adversários para o campo de defesa. Zé Rafael substituiu Dudu e atuou pela faixa central do campo. Melhor maneira de fazer a bola rodar. Mas há pouca troca de posições entre ele, Scarpa e Willian, também pouca saída da área de Luiz Adriano.

O Flamengo prefere ter dois atacantes de mobilidade, e isso tem atrapalhado muito as defesas rivais. O Palmeiras ainda tem a bola parada como ponto mais forte. Foi assim o gol de Willian.

Mas o Palmeiras de Mano Menezes tem paciência para envolver o adversário. Já era um exagero dizer que Felipão só jogava com ligação direta. Com Mano Menezes, há mais passes e controle da partida.

Também não é justo dizer que recua depois de fazer o primeiro gol. O Palmeiras seguiu no mesmo ritmo. Correu mais riscos porque o Fortaleza agrediu mais. Os índices de posse de bola e finalização indicam isso.

O Brasileiro nunca foi polarizado entre os times mais ricos, e não havia indício de que seria assim, exceto o dinheiro. Agora, começa a ficar a impressão de que, pela primeira vez na história, dois times podem se repetir como campeão e vice, na mesma ordem ou na ordem inversa.

O Flamengo luta pelo título jogando com brilho, ainda que mais opaco nos últimos dois jogos. Contra o Cruzeiro, Gabriel resolveu, junto com Arão, Gérson e De Arrascaeta. Coletivamente, o time caiu.

O Palmeiras persegue o Flamengo com conjunto. Não é bonito de se ver, mas é competitivo. Jorge Jesus sabe que nem sempre se conquista campeonatos nacionais com futebol bonito. Ele já venceu três vezes o Português.

Folhapress

Olha o Grêmio

Hoje o Flamengo é o favorito para ganhar o Campeonato Brasileiro, mas precisa ter atenção redobrada com o Grêmio. Renato redescobriu até Luan, o que parecia improvável. O segundo tempo contra o Santos na Vila Belmiro indica jogo equilibrado na Libertadores, daqui a dez dias.

Dúvidas de Cuca

Não dá para ter certeza de que Cuca mudou o time do São Paulo contra o Botafogo porque Daniel Alves reclamou de jogar na lateral direita. O São Paulo não tem solidez e não é por causa de Daniel. É porque mudou sete titulares em um turno. Faz muita diferença.

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