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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

Qualidade do futebol durante pandemia está muito melhor do que eu esperava

No Fla-Flu, o rubro-negro tem vantagem técnica, mas há coisas que vão além

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O jogo de futebol, durante a pandemia, em todo o mundo, está muito melhor do que eu esperava, próximo do habitual. Temia, por causa da ausência de torcida, dos cuidados de distanciamento e pelo tempo sem atuar, que os jogadores estivessem fora de forma e que as partidas fossem chochas, lentas, sem disputa física e emoção. Fiquei surpreso.

O barulho virtual das torcidas ajuda na boa impressão de quem vê pela TV. As transmissões, feitas de casa, também estão excelentes.

Evidentemente, o torcedor está com saudade de ir aos estádios. Parafraseando Antônio Prata –não perco suas colunas na Folha–, será que, quando houver torcida, escutaremos cantos de “ôôôô, o velho normal voltou, o velho normal voltou, ôôôô”?

Na Espanha, faltam quatro jogos, e o Real Madrid está quatro pontos à frente do Barcelona. É uma enorme vantagem. O time de Madri não tem a força ofensiva da época com Cristiano Ronaldo, mas é mais seguro, melhor na defesa e com um melhor elenco que o rival.

Messi completou 700 gols na carreira, feitos com técnica, criatividade e fantasia. Muitos são obras de arte, belíssimos, como as trilhas sonoras de Ennio Morricone, o mago do cinema, que morreu dias atrás.

Algumas vitórias do Real Madrid foram decorrentes da marcação de pênaltis pelo VAR. Isso tem gerado muitas críticas do Barcelona. Mesmo que as decisões tenham sido corretas, há um exagero na atuação do VAR.

O árbitro de vídeo deveria ser chamado no caso de erros graves e nas limitações biológicas do árbitro de campo e em alguns momentos especiais, como saber se a falta foi dentro ou fora da área e se foi impedimento ou não, por meio das linhas tecnológicas. Lances de interpretação deveriam ser decididos pelo árbitro de campo. Não se pode reduzir também o futebol a um jogo de regras e certezas absolutas. É impossível. A vida é feita de dúvidas.

Na Inglaterra, na vitória por 4 a 0 do Manchester City sobre o Liverpool, além da qualidade do City e da provável desconcentração dos jogadores do Liverpool, após a conquista do Campeonato Inglês, a maneira de jogar das duas equipes, com os zagueiros adiantados, dá a chance de goleadas, por causa dos espaços deixados nas costas dos defensores. O Liverpool, em 2017, também goleou o City por 5 a 0.

Quando critico os times brasileiros por colocarem zagueiros colados à grande área, sei das dificuldades de jogar com eles adiantados. Os técnicos, em vez de procurarem evoluir e de assumirem o risco calculado, preferem a mesmice, as condutas ultrapassadas. Isso atrasa a evolução do futebol. O Flamengo é a exceção.

Na Alemanha, o Bayern de Munique conquistou, pela oitava vez seguida, o título nacional. Apesar de pouco provável, há o risco de ocorrer o mesmo no Brasil, com o Flamengo? O presidente Rodolfo Landim, ambicioso, quer voar alto, ganhar tudo, dentro e fora de campo, fazer do Flamengo um time do mundo, utilizando as novas plataformas de transmissão e as redes sociais do clube. Existem perigos nessa ganância. O tombo pode ser maior.

Esta quarta (8) é dia de Fla-Flu, com ampla vantagem técnica do Flamengo. Isso é o mais importante na avaliação das duas equipes, mas não podemos nos esquecer da história de rivalidade, do “Sobrenatural de Almeida” e dos fantasmas inconscientes, que vão além do talento individual e coletivo e que podem mudar o resultado das partidas.

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