Siga a folha

Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

Descrição de chapéu Campeonato Brasileiro

Futebol brasileiro é espelho de país confuso e dividido

Esporte mais popular vive em contradições, dentro e fora de campo

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

O futebol brasileiro vive em contradições, espelho de um país confuso, dividido e contraditório.

Ao mesmo tempo que o Brasil forma um enorme número de bons e ótimos jogadores, espalhados por seu território e pelo mundo, a seleção carece de atletas especiais para algumas posições.

Ao mesmo tempo que muitas equipes brasileiras são modernas, pressionam em todo o campo, com muita intensidade para recuperar a bola, trocam passes desde a defesa e alternam em um mesmo jogo o domínio da bola com as jogadas em velocidade, outros times, bem diferentes, possuem um estilo tradicional, ultrapassado, com muitos espaços entre os setores, com zagueiros colados à grande área e com excesso de bolas longas e cruzamentos para o gol.

Ao mesmo tempo que existem treinadores bastante atualizados, científicos, que querem aprender todos os dias, há os que acham que sabem tudo, que adoram dizer "de futebol eu entendo", como se a vida caminhasse para trás.

Corinthians levou um baile do Bragantino - Rodrigo Coca - 2.jul.23/Ag. Corinthians

Ao mesmo tempo que os estádios no Brasil estão lotados, com belíssimas festas das torcidas, há péssimos gramados, como os do Mineirão e do Maracanã, excesso de jogos e partidas tumultuadas. Os árbitros são fracos e acomodados, dependentes do VAR. Chame o VAR!

Ao mesmo tempo que João Martins, membro da comissão técnica do Palmeiras, critica, com razão, um grave erro do árbitro por não ter expulsado no início da partida o jogador do Athletico-PR, o que poderia ter mudado a história do jogo, ele não pode fazer acusações sem provas, levianas, paranoicas, de que no Brasil o sistema não quer que os times que trabalhem de maneira melhor ganhem duas vezes o Brasileirão.

Ao mesmo tempo que são realizadas no Brasil belas e bem jogadas partidas, ocorrem também péssimos teatros, como diz o auxiliar João Martins. São teatros bélicos, grosseiros e com a participação de alguns treinadores, como Abel Ferreira.

João Martins fez acusações paranoicas - Cesar Greco - 2.jul.23/Palmeiras/Divulgação

Ao mesmo tempo que a maioria dos treinadores trata os árbitros e auxiliares com respeito, Felipão foi expulso durante a partida contra o América por agressivas reclamações. O treinador acusou sem provas o juiz de outras condutas contra o Atlético-MG e afirmou que os árbitros apitam os jogos do Galo já com um cartão, vindo de cima, para punir Hulk. Pior, Felipão, após a expulsão, chamou o arbitro de safado. Ele e Hulk foram expulsos e vão prejudicar o Atlético-MG.

O Atlético-MG piorou com Felipão. O América foi superior ao Galo mesmo quando perdia por 2 a 0. O América, por ter desempenhos melhores que os resultados, tem esperanças de que possa sair da zona de rebaixamento e de eliminar o Corinthians pela Copa do Brasil.

O Corinthians piorou com Luxemburgo. Levou um baile coletivo do Bragantino, dirigido por Pedro Caixinha. Foi uma partida didática, para ser ensinada na faculdade, uma aula sobre as diferenças entre o futebol moderno e o ultrapassado.

Os treinadores portugueses, valorizados em todo o mundo, são na média extremamente científicos, acadêmicos, e colaboram com a evolução do futebol brasileiro e mundial.

Nesta quarta-feira (5), pela Copa do Brasil, não será um clássico entre o São Paulo de Dorival Júnior e o Palmeiras de Abel Ferreira, como gostam de dizer. Os treinadores são fundamentais, mas eles não são as estrelas do espetáculo nem podem ser excessivamente narcisistas e se achar mais importantes do que são, uma das razões das posturas agressivas de alguns técnicos contra os árbitros. O ser humano precisa ter consciência de sua insignificância.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas