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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Seca na Argentina eleva aposta em alta da soja

Fundos mudam de posição e passam a acreditar em valorização

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Carregamento de soja em navio chinês no porto de Santos - Paulo Whitaker - 19.mai.15/Reuters

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Tudo indicava mais uma supersafra mundial de soja. A produção foi recorde nos Estados Unidos —a safra já está concluída, e a produção da América do Sul também dava sinais de avanço.

O cenário fez que os fundos de investimentos, um dos principais formadores dos preços mundiais das commodities, se desfizessem da soja que detinham.

Em 16 de janeiro, os fundos tinham em suas carteiras de investimento 14 milhões de toneladas de soja na posição vendida, prevendo um recuo nos preços da oleaginosa.

Na semana passada, estavam com 6 milhões de toneladas comprados, acreditando em elevação dos preços.

Foi a mudança de rumo na produção da Argentina que provocou a reviravolta no comportamento dos administradores dos fundos de investimentos.

Uma forte seca atingiu parte das áreas produtivas do país, fazendo os analistas reavaliarem a sua produção para 50 milhões de toneladas, 6 milhões a menos do que se previa anteriormente.

"A seca, ruim para os argentinos, é uma grata surpresa para os brasileiros, que deverão ter safra recorde no período 2017/18", diz Fernando Muraro, da AgRural.

A redução de produção deles provocou elevação de preços em plena safra brasileira.

Os fundos de investimentos tentam se antecipar aos movimentos do mercado, mas ainda é cedo para uma avaliação real da produção.

"Não dá para medir o impacto da seca na Argentina e quebras pontuais no Brasil. Os números ainda estão sendo construídos", diz Muraro. A Argentina poderá ter produção menor, mas a do Brasil sobe, segundo ele.

PREOCUPA

"A quebra ou a alta na produção de soja faz parte do negócio, mas o que preocupa agora é a safrinha de milho", afirma Muraro.

"O plantio do cereal no Paraná e em Mato Grosso do Sul está muito atrasado, e o produtor poderá perder a janela [período] ideal de plantio."

Os paranaenses semearam apenas 8,5% da área que será destinada ao milho nesta safra de inverno. No ano passado, a área plantada neste mesmo período era de 25%. Em Mato Grosso do Sul, o plantio atual é de apenas 11%, abaixo dos 26% registrados no ano passado.


Bancos antecipam crédito rural, que atinge R$ 100 bi

O interesse dos bancos que fornecem crédito agrícola é antecipar ao máximo o dinheiro para os produtores. O objetivo é garantir para o banco uma taxa maior de juros.

O novo plano de safra para o período 2018/19 virá com taxa inferior aos 8,5% atuais. Isso porque a Selic recuou para 6,75% e os grandes produtores deverão ter uma taxa próxima a esse percentual.

O interesse dos bancos pode coincidir com o dos produtores, segundo Ivan Wedekin, da Wedekin Consultores. O produtor que tiver crédito nas mãos fará compras em condições bastante favoráveis neste período do ano, quando as empresas fornecedoras de insumos necessitam de capital de giro.

A demanda por crédito cresce e já atinge R$ 100 bilhões de julho a janeiro, segundo Wedekin, um volume 12% superior ao de igual período da safra anterior.

O crédito destinado a custeio soma R$ 57 bilhões, o liberado para investimento chega a R$ 22,8 bilhões, e o liberado para comercialização, R$ 19,9 bilhões.

O crédito para comercialização é o que mais cresce nesta safra, superando em 32%% o de igual período anterior. O dinheiro destinado para investimento rural aumentou 18,5%, e o liberado para custeio, 4,3%.


Ritmo menor As exportações de milho devem somar 1,6 milhão de toneladas neste mês, um volume bem inferior aos 3 milhões de toneladas registrados em janeiro, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Nelore Uma contribuição de todos os elos da cadeia produtiva da carne —da genética ao alimento— é o que quer promover o novo presidente da ACNB (Associação dos Criadores de Nelore do Brasil), Nabih Amin El Aouar.

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