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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Poder de decisão da mulher na agricultura aumenta nos principais países produtores

No Brasil, 19% das propriedades são geridas por mulheres, abaixo dos 29% nos EUA e na União Europeia

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O censo Agropecuário Agropecuário brasileiro, divulgado na sexta-feira (25), mostrou o que os demais censos de outros países vêm apontando: um crescimento da participação das mulheres na agricultura.

Os dados mais recentes divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostraram que 19% das propriedades agrícolas brasileiras têm mulheres com poder de decisão. No censo anterior, de 2006, elas eram 13%.

Nos Estados Unidos, o censo de 2017 indicou que o percentual de mulheres no comando das propriedades subiu para 29%, acima dos 14% de 2012, segundo o Usda (Departamento de Agricultura dos EUA).

Agronegócio desenvolve ações afirmativas de gênero para valorizar presença feminina crescente no campo. - Karime Xavier/Folhapress

Na União Europeia, o avanço da participação das mulheres na gestão das fazendas é mais lenta, mas já atinge 29%, segundo números do Eurostat.

Nicole Rennó, pesquisadora do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), diz que esse avanço das mulheres na atividade agropecuária é um reflexo do atual papel da mulher em todas as áreas da sociedade. A participação aumenta cada vez mais.

A estrutura dos outros setores da economia, fora do agronegócio, também são determinantes para a escolha do trabalho feita pelas mulheres.

E cada país tem um agronegócio com características próprias de produção, onde a mulher deve se adaptar.

Estados Unidos e Europa têm um sistema agrícola mais avançado, e a participação feminina é maior nas atividades econômicas. O Brasil ainda está em um estágio mais atrasado, mas avançando, segundo a pesquisadora. “As portas estão se abrindo”.

E cada país têm suas características específicas. Na Lituânia, as mulheres estão no comando em 45% das propriedades agrícolas. Na Holanda, são apenas 3%, segundo o Eurostat.

A força agrícola total feminina na União Europeia atinge 35% dos trabalhadores no campo. Enquanto na Áustria o percentual é de 44%, na Irlanda fica em apenas 12%.

O Cepea tem feito vários estudos sobre a participação da mulher no agronegócio brasileiro, tanto fora como dentro da porteira.

Os dados mais recentes, referentes ao trimestre de abril a junho, mostram que a mulher é mais atuante no setor de agrosserviços, onde a participação no total de trabalhadores é de 42,5%.

A presença da mulher é forte também na agroindústria. Elas detêm 38,5% da força de trabalho no setor.

A atividade no campo, que exige mais esforço, tem uma participação menor das mulheres: 20,9%. Já na área de insumos, a participação é de 27,9%.

O Cepea, com base nos dados da PNAD-contínua do IBGE, calcula que 5,8 milhões de mulheres e 12,6 milhões de homens compõem a força de trabalho do agronegócio.

Conforme os dados do trimestre de abril a junho, a maior força de trabalho dos homens está no setor primário do agronegócio (53%). As mulheres se concentram mais no setor de agrosserviços (43,2%).
 

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