Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Vaivém das Commodities

Safra de soja dos EUA cai para 96,6 milhões de toneladas e estoques recuam 50%

Se guerra comercial acabar, China comprará mais nos EUA e preços sobem em Chicago, favorecendo Brasil

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Os novos números de oferta e demanda de grãos, divulgados pelo Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta quinta-feira (10), podem conter uma boa notícia para os produtores brasileiros.

Primeiro, o órgão americano confirmou a queda na produção de soja nesta safra. Os novos números indicam 96,6 milhões de toneladas. Foram 120,5 milhões na anterior.

Já o consumo deles cresce, embora pouco. E os estoques, recordes na safra anterior, deverão cair 50%, baixando para 12,5 milhões de toneladas nesta.

O Usda não mexeu nos números das exportações, estimadas em 48 milhões de toneladas.

A participação dos estoques finais dos americanos, em relação ao consumo total deles, sai de 23% em 2018/19 para apenas 11% em 2019/20.

Um fim na guerra comercial entre Estados Unidos e China, o que está sendo discutido nesta semana, aumentaria as compras dos chineses de produto americano.

Se isso ocorrer, os estoques reduzidos poderiam pressionar os preços em Chicago, favorecendo os brasileiros.

Por aqui, os dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) desta quinta indicaram que a área brasileira com soja sobe para o recorde de 36,6 milhões de hectares.

Com esse aumento de área, a estimativa de produção brasileira é de 120 milhões de toneladas. Ou seja, os chineses terão muita soja para comprar no Brasil.

Essa compra depende, porém, de uma recuperação da demanda na própria China e dos acertos finais dessa guerra comercial.

Os chineses, se houver o acordo, prometem elevar as compras de grãos nos Estados Unidos, olhando menos para a América do Sul.

Mas esse jogo vai depender do poder de venda dos americanos, que terão uma redução de 24 milhões de toneladas da oleaginosa na safra atual, em relação à anterior.

Os números do Usda para o milho também mostram vantagem do Brasil neste ano. Devido às previsões iniciais de queda na produção americanas, os produtores dos EUA reduziram as vendas externas, à espera de preços melhores.

Com isso, o mercado foi ocupado por Brasil e Argentina, segundo a analista da AgRural, Daniele Siqueira.

Os brasileiros colocaram o recorde de 40 milhões de toneladas de milho no mercado externo nos últimos 12 meses.

A produção americana do cereal deverá atingir 350 milhões na safra 2019/20. Algumas estimativas, porém, chegaram a indicar um volume inferior a 330 milhões no início da safra, devido ao atraso no plantio.

As exportações americanas, que atingiram 62 milhões de toneladas na safra 2017/18, deverão cair para 48 milhões em 2019/20.

Boa parte do mercado internacional já foi ocupada pelo milho brasileiro, argentino e ucraniano.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.