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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Carne continua a subir e China segue como principal comprador em 2020

Segundo Abiec, alta de preços atingirá tanto o boi no pasto como a carne nos açougues e supermercados

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O preço da carne bovina definitivamente subiu de patamar, e os consumidores vão pagar mais pela proteína no próximo ano.

Os valores poderão não ser tão elevados como os deste final de ano, mas, seguramente, vão ser maiores do que os praticados de janeiro a setembro últimos.

E a avaliação vem de quem faz parte do dia a dia desse setor: Antonio Camardelli, presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), entidade que representa 31 empresas do setor.

Segundo o presidente da entidade, a alta de preços atingirá tanto o boi no pasto como a carne nos açougues e supermercados.

Promoção de carnes em açougue na região central de São Paulo - Paulo Muzzolon - 6.dez.19/Folhapress

No próximo ano, as exportações vão atingir o patamar recorde de 2,1 milhões de toneladas, trazendo para dentro do país US$ 8,6 bilhões. Em volume, o crescimento será de 13%, em relação a 2019, e em dólares, 15%.

A China, como já ocorreu neste ano, será o carro-chefe do mercado externo em 2020. China e Hong Kong ficarão com 44% da carne bovina a ser exportada pelo Brasil; 25% do volume irá para a China.

O crescimento das exportações brasileiras de carne bovina em 2020 partirá de uma base recorde e elevada.

Neste ano, as receitas externas com carne bovina deverão atingir US$ 7,4 bilhões, 13% mais do que em 2018. O volume deverá somar 1,8 milhão de toneladas, com evolução de 11%.

O aquecimento do mercado de carnes começou em outubro, quando a China entrou pesado nas compras de proteínas. No mês passado, só a China levou 83 mil toneladas de carne bovina do Brasil. Hong Hong ficou com outras 26 mil.

Para 2020, Camardelli estima que os chineses não manterão um patamar de compras tão elevado como o de novembro, mas que irão importar de 50 mil a 60 mil toneladas por mês.

Levando em consideração a estimativa menor, o volume total de importação chinesa em 2020 seria de 600 mil toneladas, 29% do que o país deverá exportar. Se confirmada a estimativa superior, as importações chinesas atingiriam 720 mil toneladas, 34% do total das possíveis exportações brasileiras em 2020. No mês passado, os chineses ficaram com 48% das vendas do Brasil.

As exportações brasileiras de carne bovina dependem, ainda, de algumas negociações que estão sendo feitas com os chineses. O setor quer exportar carnes termoprocessada, de hambúrguer, com osso, miúdos e até eliminar a obrigatoriedade de abate de animais com até 30 meses.

Se o Brasil conseguir avançar nessas negociações, o volume exportado para a China poderá ser ainda maior.

A Rússia, tradicional importadora de carnes brasileiras no passado, e que buscava uma autonomia no setor, voltou a comprar do Brasil, devido à falta de matéria-prima em outros mercados.

A carne brasileira perdeu espaço neste ano, no entanto, em mercados importantes como o da União Europeia, Egito, Chile, Irã e Arábia Saudita.

Em alguns, como o do Egito, a queda nas vendas ocorreu devido à elevação dos preços. Em outros, como o do Chile, essas oscilações são normais, diz Camardelli.

Os exportadores brasileiros querem, contudo, abrir as portas de mercados mais sofisticados e que pagam mais pela carne "in natura". Entre eles estão Japão, Coreia do Sul, Canadá, México e Estados Unidos. Este último parece ser o mais próximo do produto brasileiro. O presidente da Abiec diz acreditar que no próximo trimestre o Brasil possa exportar carne "in natura" para os Estados Unidos.

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