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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Dia dos Pais ainda é apenas expectativa para setor de proteínas

Um período tradicional de boas vendas, principalmente por estar próximo do dia de pagamento de salários, o cenário deste ano deverá ser diferente

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A virada de mês e o Dia dos Pais deram um novo ânimo para o setor de proteínas. O mercado externo vai bem, principalmente para a carne bovina, mas o interno sente mais os reflexos da desaceleração da economia, do isolamento social e da elevação do desemprego.

Antes certeza de bons momentos de vendas, o Dia dos Pais deste ano, por ora, são expectativas. A chegada de um novo mês e o pagamento de salários também não têm os mesmos efeitos de períodos anteriores.

Passou a ser uma fase de tiro curto, segundo Heloísa Xavier, da JOX Assessoria Agropecuária. Antes, as vendas continuavam durante toda a primeira quinzena, o que não vem ocorrendo mais nos últimos meses.

Logo após o início do mês, a concorrência se acentua, o que exige de produtores, de frigoríficos e do atacado atenção maior com volumes colocados em oferta e com estoques.

Para Xavier, mesmo com as dificuldades das vendas internas, o setor mantém uma margem de ganhos. As exportações, que representam de 20% a 30% da produção interna, ajudam a definir os preços.

Os valores internos estão em patamares que obrigam os consumidores a uma contínua migração de carnes mais caras para as de menores custos, dependendo do período do mês e das regiões.

Já os frigoríficos, obrigados a repassar os custos da matéria-prima, desenvolvem políticas apropriadas para as diferentes regiões que atuam. Cada caso é um caso, diz Xavier.

A pressão externa e a oferta controlada de animais sustentam os preços e dão margens de ganho aos produtores.

Os negócios ocorrem no campo no valor de R$ 229 a R$ 230 para a arroba do boi gordo. A de suíno está entre R$ 124 e R$ 125, enquanto o quilo do frango vivo vale R$ 3,90, conforme pesquisa da JOX.

Isso faz o frigorífico manter escala curta e estoques controlados para as vendas no mercado interno.

Quando se trata do mercado externo, onde os contratos são mais longos, as escalas de abate são mais elásticas.

O setor de ovos, porém, teve maiores dificuldades nas últimas semanas, uma vez que a oferta de produtos estava acima da demanda. Segundo Xavier, o setor já está se ajustando.

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Mesmo com pandemia, indústria lança novas máquinas para mercado agrícola


As indústrias de máquinas sofreram os impactos da pandemia dentro das fábricas, com redução de produção. As vendas no varejo, no entanto, devido à dinâmica do agronegócio, aumentaram.

Apesar do ano atípico vivido pelo mundo, a Case IH, empresa do setor de máquinas agrícolas, manteve os investimentos e a programação de lançamentos de produtos neste ano.

A indústria coloca no mercado novas tecnologias e novos equipamentos nas áreas de plantio, de pulverização e de colheita de grãos.

O avanço da agricultura brasileira e o bom momento da renda dos produtores justificam a inserção de mais inteligência artificial às máquinas.

Os equipamentos incorporam uma nova realidade digital. São mais eficientes e melhoram a relação entre consumo e área cultivada, segundo Silvio Campos, diretor de marketing de produtos da Case IH.

Quanto ao momento dos lançamentos, sem as feiras agropecuárias e sem o contato direto com os agricultores, Christian Gonzalez, vice-presidente para a América do Sul, diz que as empresas estão se adaptando a esses períodos.

Isso é apenas uma aceleração das tendências. Um dos desafios, segundo ele, é fazer máquinas que consigam ter uma decisão melhor do que a dos operadores humanos.

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Etanol O consumo de etanol hidratado foi de 9 bilhões de litros de janeiro a junho deste ano. O volume recua 17% em relação ao de igual período de 2019.

Retorno O período de maior retração, no entanto, passou. O consumo voltou a subir nos últimos dois meses, segundo a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).

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