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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Descrição de chapéu indústria

Brasil não deve ser celeiro, mas supermercado do mundo

País tem potencial para aumentar a oferta de alimentos industrializados e gerar emprego e receitas internas

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O Brasil deve deixar de ser o celeiro do mundo para ser o supermercado do mundo. A afirmação é de João Dornellas, presidente-executivo da Abia (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos), e tem como base os números divulgados pela entidade nesta quarta-feira (24).

As exportações brasileiras de alimentos industrializados atingiram US$ 38,2 bilhões no ano passado, 11,4% a mais do que em 2019. O setor gerou um saldo comercial de US$ 32,8 bilhões. Ou seja, 64,4% do total obtido pelo país, diz o executivo.

Pelo menos 25% de tudo que foi produzido pela indústria de alimentação teve como destino o mercado externo, atingindo 190 países. Só os asiáticos importaram o correspondente a US$ 17,4 bilhões.

O Brasil não só ganhou novos mercados como também elevou a variedade de produtos colocados em países já tradicionalmente importadores de alimentos brasileiros.

A demanda externa vai continuar, e o país deverá manter bons volumes de exportação neste ano. A entidade acredita muito no potencial da Ásia, onde China, Japão e Indonésia se destacam, além da boa demanda do mercado europeu.

Dornellas diz que o Brasil tem potencial para aumentar a produção interna de alimentos e ganhar uma fatia ainda maior do mercado internacional. O país tem tecnologia, capacidade de produção, mão de obra especializada e formação de pessoas.

O faturamento do setor atingiu R$ 789 bilhões no ano passado, com evolução de 10,5%. A meta de R$ 1 trilhão não está distante, segundo o executivo.

O crescimento de 2020 exigiu expansão de 1,2% na força de trabalho, que subiu para 1,68 milhão de empregados.

Agronegócio e indústria de alimentos caminharam juntos. A indústria processou 58% de toda a produção agropecuária no ano passado.

A indústria sofreu, no entanto, os efeitos dos intensos aumentos de preços das commodities no campo. O arroz chegou às indústrias com valorização de 113%; a soja, com 95%; o milho, com 75%; o trigo, com 71%, e o café robusta, com 45%.

Esses valores geraram pressão nos custos dos produtos processados, o que também afetou o bolso do consumidor. Dornellas não vê alívio neste ano. A demanda externa por commodities continua elevada, a taxa de câmbio é alta, e os preços, à exceção de momentos pontuais, deverão continuar com pressão.

Além do custo das commodities, do câmbio e das embalagens, o setor teve o “custo Covid” no ano passado, gastos gerados com as adaptações das indústrias às novas normas sanitárias. Eles representaram 4,8% do total.

Para este ano, o setor prevê evolução de 3% a 4% nas vendas reais, alta de 1% a 1,5% no emprego e exportações de US$ 38 bilhões a US$ 40 bilhões.

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