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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Indústrias antecipam compra de milho neste ano

Consumo nacional deve atingir 72 milhões de toneladas; produção vai a 105,5 milhões

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A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento refez as estimativas de produção de milho e elevou a safra nacional para 105,5 milhões de toneladas, 3% mais do que em 2020.

Essa alta, no entanto, não deixa as empresas usuárias do cereal tranquilas. O uso interno de milho deverá atingir 72 milhões de toneladas, 5% mais do que no ano passado.

Por isso, para evitar disputa pelo produto no segundo semestre, quando as exportações também aumentam, as indústrias do setor já adquiriram antecipadamente 20% do que vão consumir.

Além disso, a China, praticamente fora desse mercado até então, acelerou muito as importações e deve continuar bastante ativa neste ano.

O ritmo de compra antecipada pelas indústrias é superior ao que normalmente o setor vem praticando, segundo Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, de Curitiba. Para ele, as indústrias estão mais agressivas.

Em geral, esses contratos futuros se referem mais à safrinha do que à safra de verão. A produção da safra de verão tem menor presença nas exportações, devido à concorrência da soja nos portos nos primeiros meses do ano.

Neste ano, a situação será ainda pior. Há atraso na colheita, e os embarques de soja deverão se concentrar muito a partir de março.

Brandalizze estima que, no próximo mês, os embarques da oleaginosa superem 12 milhões de toneladas, não deixando espaço para o milho.

Uma das principais dificuldades das indústrias para a compra do cereal é a falta de capital de giro, segundo o analista. Além dos contratos de antecipação, elas adquirem 20% de milho na “boca da safra” e outros 60% no decorrer do ano.

O cenário de elevação de preços das commodities nos últimos anos faz o produtor mudar de estratégia com relação às vendas futuras. Ele opta mais por vendas com base em trocas de insumos.

A fixação futura normalmente é vantajosa para o produtor, mas nas safras recentes os valores recebidos têm sido sempre menores do que os do mercado físico.

A necessidade recorde de grãos para a fabricação de ração levou o produtor a aumentar também a área de plantio de sorgo. A Conab ainda mantém estimativa de estabilidade nessa área, mas deverá reajustar esses números para cima, acredita Brandalizze.

Pelos novos números da Conab, a região Centro-Oeste deverá produzir 59 milhões de toneladas de milho, 4% acima do obtido na safra de 2020. A região Sul, a segunda maior em importância no país, produzirá 22,5 milhões de toneladas, com evolução de 4%.

Demanda intensa, preços bons e baixa oferta fizeram os produtores acreditarem no milho neste ano. A área a ser semeada nesta safrinha será de 14,4 milhões de hectares, 4,4% a mais do que na anterior.

Brandalizze diz que há falta de sementes. As sementeiras sempre contam com um percentual de desistência de produtores, em relação ao total de suas vendas, o que não ocorreu neste ano.

A safra de 2020/21 de grãos do país foi reavaliada pela Conab nesta quinta-feira (11). O volume total sobe para 268,3 milhões de toneladas, 11,4 milhões a mais do que na anterior.

Preço A saca de milho foi negociada nesta quinta-feira (11) a R$ 83 na região de Campinas, conforme dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Preço 2 O cereal vem com intensa aceleração de preço nos últimos anos. Na primeira quinzena de fevereiro de 2019, valia R$ 40 por saca, subindo para R$ 51 em igual período de 2020.

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