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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Mais soja nos EUA aumenta concorrência com Brasil

Americanos devem plantar 36,4 milhões de hectares e colher 124 milhões de toneladas

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As notícias vindas dos Estados Unidos nesta quinta-feira (18) não foram boas para os produtores brasileiros de soja e de milho.

A primeira estimativa de plantio do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indica que os americanos vão semear 8% mais soja e 1% mais milho nesta safra 2021/22.

Como ocorre no Brasil, a soja e o milho têm grande importância para a agricultura dos Estados Unidos, e as safras destes produtos poderão ser recordes. A área com soja a ser semeada a partir do próximo mês sobe para 36,4 milhões de hectares, 8% mais do que a do ano passado. A de milho vai a 37,2 milhões, 1% mais. Soja e milho vão ocupar uma área recorde de 73,7 milhões de hectares.

É ainda uma primeira sinalização de plantio, mas, se concretizada e o clima for favorável, poderá render 380 milhões de toneladas de milho e 124 milhões de soja, segundo cálculos da AgRural.

A opção por essas commodities ocorre porque os preços estão elevados, a demanda externa é forte e os estoques internos do país, principalmente os de soja, estão baixos.

Os americanos devem chegar ao final de agosto com apenas 3,3 milhões de toneladas de soja, o suficiente para dez dias de consumo.

A intenção de plantio dos americanos não atrapalha as negociações brasileiras neste ano. Pelo menos 60% da soja que está sendo colhida no Brasil já foi comercializada, a demanda externa continua forte, e o mercado está enxuto. Até setembro, só o Brasil terá soja no mercado.

A estimativa de uma safra recorde nos Estados Unidos neste ano, porém, elevará a oferta da oleaginosa no mercado externo no próximo.

O retorno da China, preços melhores e oferta maior de soja fizeram o Usda prever exportações recordes para o agronegócio neste ano. Serão US$ 157 bilhões no setor.

Só a soja deverá render US$ 27,4 bilhões, graças à China. Os chineses vão gastar US$ 31,5 bilhões nos EUA neste ano fiscal de 2021/22 com a compra de produtos agropecuários. No ano anterior, devido à guerra comercial, haviam sido apenas US$ 17 bilhões.

Dinheiro no bolso Os preços pagos aos produtores subiram 19% no ano passado, em relação aos de 2019, segundo o IPPA (um índice de preços ao produtor) do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Liderança Esse indicador foi puxado pelo setor de grãos, que teve alta real de 30% no ano. O índice acompanha também as evoluções da pecuária, do café, da cana e dos hortifrútis.

Celulose A produção brasileira subiu 6,4% no ano passado, atingindo 21 milhões de toneladas, segundo a Ibá (Indústria Brasileira de Árvores). As exportações somaram 15,6 milhões de toneladas.

Receitas O VBP (Valor Bruto da Produção) agropecuária deverá chegar a US$ 1,14 trilhão neste ano, 16% mais do que em 2020, segundo a CNA.

Concentração As receitas agrícolas dentro da porteira crescem 19%, e as da pecuária, 10%. Apenas soja e milho ficam com 68% do valor da produção agrícola de 2021.

Saúde financeira A Zoetis, empresa do setor de saúde animal, obteve faturamento de US$ 6,7 bilhões no ano passado, com aumento de 7% em relação a 2019. O lucro líquido foi de US$ 1,6 bilhão, 9% mais. No Brasil, o faturamento somou US$ 258,3 milhões, com crescimento de 14%.

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