A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.
Custos altos e demanda mundial retraída inibem crescimento na produção de suínos
Melhora na oferta derruba preços, e procura incerta pela proteína deverá reduzir rebanho em 2022
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Uma recuperação global da produção de suínos, melhorando a oferta dessa proteína, provocou uma queda forte nos preços mundiais.
Além disso, há uma elevação dos custos de produção, o que poderá provocar uma desaceleração do crescimento do rebanho em 2022, segundo analistas do Rabobank, banco especializado em agronegócio.
Para eles, as perspectivas para o Brasil continuam otimistas, uma vez que a chave da produção brasileira é o mercado externo. Apesar de a China ter reduzido a importação de carne suína do Brasil no terceiro trimestre, a boa oferta interna e a perda de valor do real dão competitividade ao produto brasileiro.
Os produtores, mesmo com o aumento de 34% nos custos da ração, em relação aos do ano passado, estão otimistas. Os analistas do banco esperam um crescimento de 5,5% na produção brasileira deste ano.
Alguns mercados vão ter dificuldades na produção no próximo ano, devido à elevação dos custos dos grãos e da mão de obra, o que vai pressionar a rentabilidade dos produtores, provocando uma desaceleração do rebanho mundial.
Países como o Brasil poderão ter um certo alívio nos custos dos grãos, graças à boa safra esperada. Os pesados custos dos fertilizantes e dos agroquímicos nas lavouras, porém, serão mais um ingrediente na pressão dos preços dos grãos, principalmente para os importadores.
A necessidade de repasse dos custos para os consumidores pesará sobre a demanda mundial, com intensidade maior nos países com baixa renda.
Os chineses, principais produtores e consumidores mundiais, continuam com o fantasma da peste suína africana e com a elevação de custos da produção, o que tem levado muitos produtores a reduzirem o rebanho.
A demanda na China continua fraca, devido às restrições impostas pela pandemia, e, com isso, o país reduziu as importações para equilibrar a oferta.
Os europeus vão diminuir a produção nos próximos meses, segundo o Rabobank. Os preços do suíno estão 24% inferiores aos da média de cinco anos, os abates são maiores e a demanda continua fraca.
Nos Estados Unidos, os custos crescentes e as restrições regulatórias vão inibir os planos de expansão do setor, segundo os analistas.
As exportações norte-americanas serão um contraponto à queda da demanda interna, que ocorrerá devido ao repasse dos custos da produção para os consumidores.
Ainda em alta Os preços dos produtos agropecuários tiveram alta de 0,21% no atacado neste mês. É uma correção inferior à de setembro, que foi de 0,77%, mas esses produtos acumulam aumento de 18% no acumulado deste ano.
As pressões Os dados são do IGP-M da FGV, que indicou como as principais pressões do mês o café, a cana-de-açúcar e a mandioca. Fertilizantes e o óleo diesel, importantes na relação de custos dos produtores, subiram 9% e 7%, respectivamente.
Primeira queda O preço do leite registrou a primeira queda no campo em seis meses. Pelo produto entregue em setembro, cujo pagamento foi neste mês, os produtores receberam R$ 2,3305 por litro, com recuo de 2,2% em relação ao valor do mês anterior.
Não para de cair A arroba de boi gordo foi negociada a R$ 254, em média, no estado de São Paulo nesta quinta-feira (28), segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). É o menor preço desde o início de outubro de 2020.
Não para de subir A saca de açúcar atingiu o valor recorde de R$ 152 nesta quinta-feira nas usinas paulistas. O etanol, cotado a R$ 3,92 em Paulínia, também está sendo negociado em patamares nunca registrados antes, segundo o Cepea.
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