A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.
Em dia de guerra na Ucrânia, commodities respondem com alta de preços
O trigo, produto mais sensível, devido à importância da Rússia e da Ucrânia no mercado mundial, teve alta de 5,7%
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
O mercado de commodities teve um dia agitado nesta quinta-feira (24), após a Rússia invadir a Ucrânia. Trigo e milho, os cereais que têm o abastecimento mais afetado nessa disputa, atingiram os limites de alta permitidos nas negociações das Bolsas.
O trigo, que tem a Rússia como líder nas exportações mundiais, chegou a registrar US$ 9,26 por bushel (27,2 kg), atingindo o limite de alta. O cereal, que terminou o pregão nesse patamar de preço, superou em 5,7% os valores da quarta-feira (23). Na última semana, quando aumentaram as tensões entre os dois países, a alta acumulada do cereal é de 17% na Bolsa de Chicago.
Essa evolução ocorre porque Rússia e Ucrânia têm grande importância na produção de grãos. Os russos produzem 76 milhões de toneladas de trigo e exportam 33 milhões. Juntos, os dois países são responsáveis por 29% do comércio mundial deste cereal.
O milho, que também atingiu limite de alta —quando isso ocorre as negociações são interrompidas, sendo retomadas mais tarde— chegou a ser negociado a US$ 7,19 por bushel (25,4 kg), mas terminou o dia em US$ 6,95, com alta de 1,6%.
A Ucrânia produz 42 milhões de toneladas de milho e exporta 36,5 milhões. Ucranianos e russos detêm 19,5% do milho comercializado no mundo.
A soja, que acompanhou as demais commodities no início do dia, recuou e fechou em US$ 16,62 por bushel (27,2 kg). Durante o dia, no entanto, a oleaginosa chegou a ser negociada a US$ 17,65 por bushel.
Os efeitos dessa guerra no Leste Europeu afetam o Brasil de várias formas. Eleva novamente o valor do dólar, trazendo a inflação externa dos alimentos para dentro do país.
Além disso, os produtores rurais, que vivem um período de reajustes de custos, podem ter uma pressão ainda maior vinda dos fertilizantes. A Rússia é o principal fornecedor do Brasil. O dólar deverá encarecer ainda mais o insumo, e as sanções geopolíticas podem dificultar o abastecimento.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters