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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Com safra menor, estoques de alimentos básicos recuam neste ano

Arroz termina safra 23/24 com estoque de 393 mil t; demanda mensal é de 917 mil

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Com os dados de produção da safra 2023/24 praticamente definidos, os estoques finais de grãos ficam abaixo dos do período anterior. No final de fevereiro de 2025, o país terá 393 mil toneladas de arroz nos estoques de passagem para a safra seguinte, abaixo do consumo mensal, que é de 917 mil toneladas.

Após um ano polêmico no setor do cereal, com a tentativa de importação pelo governo, via leilões, os números da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) indicam uma compra externa de 1,7 milhão de toneladas pelo setor privado e exportações de 1,3 milhão.

Brasil terá 393 mil toneladas de arroz nos estoques de passagem para a safra seguinte, abaixo do consumo mensal - Divulgação

O milho é outro cereal que terá forte baixa nos estoques de passagem. A Conab prevê 5 milhões de toneladas no final de janeiro do próximo ano, um volume bem inferior aos 12 milhões de média dos últimos seis anos divulgados pela entidade.

Os estoques menores são consequência da redução da produção para 116 milhões de toneladas, 12% a menos do que em 2023. A quebra de safra, além de uma redução nos estoques, afetará as exportações, que devem cair para 36 milhões de toneladas, bem abaixo do recorde de 55 milhões do ano passado.

O estoque final de feijão será de 330 mil toneladas em dezembro, um volume próximo ao de 2023. Já o de trigo, com o aumento da safra, sobe para 1,4 milhão em julho de 2025, bem acima das 505 mil toneladas do período anterior.

Pelas contas da Conab, os estoques de soja terminam o ano em 3,1 milhões de toneladas, um pouco abaixo dos de 2023. A produção, após ter atingido o recorde de 154,6 milhões de toneladas no ano passado, caiu para 147,4 milhões nesta safra.

Segundo a empresa, as exportações recuam do recorde de 101 milhões de toneladas para 92,4 milhões de janeiro a dezembro deste ano.

A produção total de grãos da safra 2023/24 fica em 298,4 milhões de toneladas, com queda de 7% sobre a anterior. O Rio Grande do Sul, após dois anos de fortes quedas, praticamente volta a um patamar normal de safra, mesmo com a catástrofe climática ocorrida na região.

Os dados desta quinta-feira (12) da Conab indicam uma produção de 37,1 milhões de toneladas no estado. O volume supera em 10 milhões os de 2022 e de 2023, e retorna ao patamar de 2021. O volume atingido neste ano, no entanto, ficou abaixo dos 40 milhões previstos antes do desastre climático que afetou o estado.

Devido ao baixo nível de comparação com os dados anteriores, o estado obteve aumento de 34% na produção de grãos neste ano. A região vem sofrendo efeitos climáticos há três safras, afetadas por chuva e por seca.

Já Mato Grosso, líder nacional na produção de grãos, e também afetado pelo clima, terá uma redução da safra de 101 milhões de toneladas, em 2023, para 93 milhões neste ano.

Enquanto a produção gaúcha teve ganho no milho e na soja na safra 2023/24, Mato Grosso registra queda nos dois produtos.

O Rio Grande do Sul não atingiu o potencial esperado de 40 milhões de toneladas previstos inicialmente porque a safra de soja teve perda de 2,2 milhões de toneladas. A de arroz e de trigo recuou 500 mil e 200 mil toneladas, respectivamente.

Boa parte da safra gaúcha já havia sido colhida ou estava em regiões menos afetadas pela crise climática deste ano. Os efeitos das enchentes, no entanto, vão perdurar no próximo plantio devido à desestruturação do solo.

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