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Secretário de Redação da Folha, foi editor de Opinião. É mestre em sociologia pela USP.

A vida numa patinete

Dilemas do transporte alternativo ilustram os desafios da vida em sociedades abertas

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Patinetes elétricas compartilháveis infestaram grandes cidades do mundo de um ano e meio para cá. Convenientes, podem ser acessadas e dispensadas onde o usuário estiver. 

A novidade despertou conflitos que ilustram em microcosmo alguns dilemas da vida em sociedades abertas.

Se há pessoas desejando um serviço e empresas dispostas a oferecê-lo, basta deixar que o mercado coordene essa relação? E se, como é o caso, as patinetes disputam com outros meios o espaço público e escasso das vias e calçadas urbanas?

Patinetes elétricas compartilháveis se proliferam pelas ruas de São Paulo - Ronny Santos/ Folhapress

Há hierarquia de poder. Pense na força produzida e no espaço ocupado por pedestres, bicicletas, patinetes, motocicletas, carros, caminhões e ônibus que se deslocam.

A regulação governamental, resposta padrão, complica a equação. Que princípios os representantes da população vão priorizar?

A vida e a integridade física logo despontam na lista de bens a defender.

Patinetes e bicicletas aumentam acidentes. Pessoas que não se machucariam na ausência do serviço vão se estropiar. Por outro lado, menos gente adoecerá com menos poluição, sedentarismo e estresse, além de mais exposição à luz solar, rara na metrópole.

Se a regulação for branda demais, estimulará acidentes. Se for apertada em excesso, diminuirá a atratividade e os benefícios do transporte.

A liberdade também é um princípio a preservar. O governo tem o direito de impedir o indivíduo de se arriscar na patinete? E se isso estiver ameaçando outras pessoas?

Pode bloquear a inovação e a iniciativa empreendedora? E se, como resultado do laissez-faire, o mercado das patinetes acabar nas mãos de uma só empresa?

O jeito como as sociedades lidam com a ruptura tecnológica varia. Algumas são mais eficientes na adaptação. Levantam e analisam informações em profusão antes de decidir. Reformam regras diante da evidência consolidada. Aprendem e prosperam.

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