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Jornalista, foi secretário de Redação da Folha. É mestre em administração pública pela Universidade Harvard (EUA).

Projeção de crescimento do ano deve cair para 0,6%

Estimativa pode piorar, se governo causar mais tumulto político

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São Paulo

As estimativas de crescimento da economia vão descer outro degrau em breve, dados os resultados do PIB, divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE, e os indícios de resultados ruins da economia em abril e maio. Nas estimativas ainda reservadas de pelo menos três economistas de grandes instituições financeiras do Brasil, o PIB cresceria algo em torno de 0,6% (ante 1,1% no ano passado). O chute informado e preliminar mais pessimista é de 0,5%.

É nesse ritmo próximo de 0,6% ao ano que anda a atividade econômica. Pode piorar, se o governo causar mais tumulto político e incerteza ou se não passar uma reforma da Previdência de bom tamanho. Novidades positivas, se aparecerem, apenas no quarto trimestre.

Os economistas começaram o ano animados, projetando que o PIB cresceria 2,5% neste 2019. O otimismo caiu da escada. No momento, acha-se que a economia cresce 1,2%, segundo as projeções recolhidas pelo Banco Central até a semana passada. Agora, os ânimos vão levar outro tombo, o que já aconteceu com a confiança de consumidores e empresas, em baixa pelo menos desde fevereiro.

Devido a mudanças estatísticas (no ajuste sazonal), o PIB do segundo trimestre talvez pareça melhorzinho, mas será ilusão numérica. O segundo e o terceiro trimestres devem crescer na média algo entre 0,2% e 0,3%, na projeção de um dos maiores bancos brasileiros. Aceleração modesta apenas no quarto trimestre, se a reforma da Previdência for aprovada e se o governo não prejudicar os ânimos. Isto é, se parar de criar tumulto político, o que alimenta a incerteza.

O investimento (em novas máquinas, equipamentos e instalações produtivas) não se recupera. Está 27% abaixo do nível do primeiro trimestre de 2014, logo antes do início da recessão. Isto é, está um nível equivalente ao de meados de 2009. A construção civil é o grande setor mais deprimido da economia, fazendo par com a indústria.

Como o gasto do governo em obras apenas cai, como não há obras de infraestrutura concedidas à iniciativa privada e como os consumidores de imóveis ainda estão receosos, a construção voltou a entrar em recessão, mal tendo começado a sair do buraco profundo em que caíra.

Ou seja, tão cedo não haverá empurrão relevante no investimento, que é o componente do PIB do qual vêm os grandes impulsos de alta ou baixa na economia.

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