'Muita mídia', diz interventor sobre violência no Rio
Para o general, imagem do Estado é afetada pelo noticiário negativo
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Nomeado interventor federal para a área de segurança pública do Rio, o general do Exército Walter Braga Netto afirmou que a situação do Estado não é tão ruim quanto parece e que a imagem da crise é afetada pelo noticiário.
Questionado se o cenário no Rio está muito ruim, o general negou, balançando o dedo indicador da mão direita, e emendou: "Muita mídia".
O general fez o comentário na tarde desta sexta-feira (16), enquanto subia para o gabinete do presidente Michel Temer.
Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, Braga Netto disse que ainda não há um plano pronto para a intervenção e que recebeu a missão nesta madrugada.
"Eu recebi a missão agora. Nós vamos entrar numa fase de planejamento. Nosso relacionamento com os órgãos de segurança do Rio de Janeiro sempre foi muito bom. Eu não tenho nada que eu possa adiantar aos senhores", declarou.
Diante da falta de detalhes sobre a operação, o governo tentou blindar Braga Netto na entrevista. Ministros de Temer responderam a algumas perguntas direcionadas ao general e o ministro Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional) chegou a tomar a palavra quando Braga Netto se preparava para falar.
"Eu vou responder pelo general. É impossível ele anunciar decisões e tomar decisões, para quem acabou de chegar", disse Etchegoyen.
O interventor disse que ainda não decidiu se fará mudanças nas cúpulas da Secretaria de Segurança e das polícias. Segundo o decreto assinado por Temer, ele tem poder administrativo para realizar essas alterações.
CRISE
O Rio de Janeiro passa por uma crise política e econômica, com graves reflexos na segurança pública. Desde junho de 2016, o Estado está em situação de calamidade pública.
Não há recursos para pagar servidores e para contratar PMs aprovados em concurso. Policiais trabalham com armamento obsoleto e sem gasolina nas viaturas. Faltam equipamentos como coletes e munição.
Apesar da escalada de violência no Rio, que atingiu uma taxa de mortes violentas de 40 por 100 mil habitantes no ano passado, há outros Estados com patamares ainda piores.
No Atlas da Violência 2017, com dados até 2015, Rio tinha taxa de 30,6 contra 58,1 de Sergipe, 52,3 de Alagoas e 46,7 do Ceará, por exemplo.
BRUNO BOGHOSSIAN, RUBENS VALENTE, GUSTAVO URIBE E TALITA FERNANDES
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