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Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Aliados de Bolsonaro divergem sobre decreto das armas

Líder do DEM diz que texto pode tirar foco de prioridade da agenda econômica

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Brasília

A edição do decreto que facilita a posse de armas no Brasil gerou divergência entre aliados do presidente Jair Bolsonaro horas após a assinatura do texto, na manhã desta terça-feira (15).

As primeiras ponderações vieram do DEM, partido que caminha para a base de apoio de Bolsonaro após a adesão do PSL, partido do presidente, à campanha pela reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) ao comando da Câmara.

Para o líder do DEM na Casa, Elmar Nascimento (BA), o presidente deveria ter editado uma medida provisória em vez de um decreto para que o assunto pudesse ser discutido no Legislativo.

"Quando se faz por decreto, é o caminho mais rápido para um confronto. Tenho absoluta convicção de que alguém vai apresentar um decreto legislativo para cassar", afirmou Nascimento à Folha.

Além disso, o líder do DEM disse acreditar que a discussão de um tema tão polêmico neste momento pode acabar tirando o foco da agenda econômica, que tem como item número um a reforma da Previdência.

"Fico preocupado porque acho que o governo deveria gastar todas as suas energias iniciais na pauta econômica. Esta é a fundamental. Quando emite um decreto, facilita o trabalho da oposição e traz o discurso para outro assunto, que, para mim, não pode ser prioridade. Não há nada que seja mais prioridade neste instante que a pauta econômica", disse Elmar Nascimento.

O líder do PSDB na Câmara e integrante da bancada ruralista, Nilson Leitão (PSDB-MT), é favorável ao porte de armas e diz defender o direito do "cidadão de bem" se defender.

"Em relação às áreas rurais, essa é uma das demandas mais importantes. No entanto, essa medida não pode ser a única no combate à insegurança e ao aumento da violência. Não se pode transferir a responsabilidade sobre a segurança pública para o cidadão. Só armar o cidadão de bem não resolverá a insegurança. É necessária uma série de ações conjugadas, como o endurecimento da legislação, o aumento do investimento em inteligência, na integração das forças de segurança, no controle das fronteiras e no sistema prisional, entre outras ações preventivas", afirmou Leitão.

Nas redes sociais, o deputado Major Olímpio (PSL-SP), eleito senador para a próxima legislatura, vinha comemorando desde que o governo marcou para esta terça a assinatura do texto.

"Primeiro passo para a garantia à legítima defesa do cidadão de bem! Brasil acima de tudo, Deus acima de todos!", escreveu em uma rede social.

A deputada eleita Carla Zambelli (PSL-SP) também foi à internet comemorar a edição do decreto e defendeu uma proposta que tramita no Congresso desde 2012 para revogar o Estatuto do Desarmamento.

"Da minha parte, reafirmo o compromisso com a aprovação do PL 3722/2012, em sua formulação original, com a revogação total do Estatuto do Desarmamento e do absurdo requisito da 'declaração de efetiva necessidade'", escreveu a parlamentar eleita.

Ela também ironizou a tentativa de partidos de esquerda de tentar derrubar o decreto das armas.
"Só vai tentar, é claro. Nós estaremos lá não apenas para derrotar o PSOL, mas também para revogar definitivamente o estatuto do desarmamento!", publicou Zambelli.

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