Mortes: Advogado criminalista acreditava que a base do direito era a misericórdia
Sayeg assumiu casos de desconhecidos e outros notórios, como do ex- juiz Nicolau dos Santos Neto
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Quando Ricardo sentava para conversar com o pai sobre advocacia - a profissão dos dois - ouvia que o papel de um advogado era de promotor da paz.
“Ele sempre foi católico, dizia que a gente odeia o pecado, mas ama o pecador. Me ensinou que a base da advocacia é a misericórdia, nada aproxima mais um homem de Deus”, conta o filho.
Nascido em Uberlândia, Minas Gerais, Mário era filho de um casal de imigrantes libaneses que vieram ao Brasil no fim do século 19. Ainda criança, ele se mudou para São Paulo, onde abriram uma loja na rua 25 de março.
Mário, o quinto entre oito filhos, ajudava a mãe a fazer cúpulas de abajur para vender. E no tempo livre corria para o campo do parque Dom Pedro para jogar futebol. Quase se tornou profissional pelo América, mas a mãe queria que ele estudasse.
Em 1977, se formou em direito pela atual Faculdades Integradas de Guarulhos, trabalhando de dia como corretor de imóveis na capital e seguindo para a cidade vizinha à noite, para estudar. Em 2012, a instituição concedeu a ele o título de professor honoris causa, em reconhecimento ao seu trabalho.
Sayeg trabalhou em casos notórios, como a defesa do ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, o Lalau, e de centenas de desconhecidos que não viraram manchete de jornal.
Conciliador, acreditava que um advogado deveria estar disposto a fazer acordo. Tinha o apelido de “Minas” por ser tranquilo e calmo. E fama de pé de valsa. Foi dançando que conquistou a primeira esposa, Regina, com quem foi casado por cerca de 25 anos, e a segunda companheira, Edna, também ao seu lado por mais de duas décadas. Ela morreu há cinco anos.
No dia 28 de janeiro, em decorrência de um infarto, Mário morreu aos 78 anos. Deixou quatro filhos e nove netos. No dia da sua morte, estava planejando ir ao fórum.
coluna.obituario@grupofolha.com.br
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