Descrição de chapéu Obituário Gilmar Lima (1966 - 2019)

Mortes: Peão e trovador, era apaixonado pelas tradições gaúchas

Gilmar estava sempre usando roupas típicas e ouvindo música tradicionalista

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São Paulo

Desde criança, Gilmar andava sempre de bombacha e guaiaca, a pilcha (como é chamado o traje típico gaúcho) completa. Queria ajudar o pai nas lidas da fazenda, montava a cavalo por conta própria, gostava das músicas tradicionalistas. Era um peão igualito aos outros homens da família que vieram antes dele. 

Assim, a vida não poderia ter sido de outro jeito. Aos 14 anos, já tinha emprego fixo em uma fazenda no município e decidiu largar a escola. Nascido no interior de Bagé, no sul do Rio Grande do Sul, a chamada região da Campanha, fronteira com o Uruguai, Gilmar sempre trabalhou com o gado no campo. 

Nos fins de semana, ele participava de torneios de laço e se declamava suas trovas nas festas e nos encontros com amigos. Os versos vinham espontaneamente. Falavam de amores, da terra, da vida de um gaúcho. 

Há 13 anos, foi convidado para cruzar a fronteira e assumir uma vaga numa fazenda em Melo, no Uruguai. Ele aceitou. A cada quinze dias, porém, pegava o ônibus na cidade gaúcha de Aceguá, de lá para Bagé, para ver a família que ficou no Brasil. 

“Ele era um cara que gostava de estar no meio do pessoal e nossa família sempre foi muito unida. Onde ele estava tinha alegria, era companheiro de todo mundo”, diz o sobrinho Éder, que considerava o tio seu grande amigo. 

Gilmar também era vaidoso. Andava sempre com roupa tradicional, mas preocupado em combinar as peças. Há cerca de oito anos, resolveu deixar o cabelo crescer por causa de uma promessa. Ele nunca contou para a família o motivo, mas sempre tratava de alisar o cabelo e tinha orgulho. 

No dia 15 de janeiro, uma terça-feira, Gilmar estava em mais um dia de trabalho no Uruguai, buscando o gado, em cima de seu cavalo, quando começou um temporal. Era por volta das 17h, ele resolveu voltar para casa. No meio do caminho, porém, foi atingido por um raio e morreu.

Ele tinha 52 anos. Deixou seis irmãos, sete sobrinhos e uma filha de 17 anos. 


coluna.obituario@grupofolha.com.br

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