Siga a folha

Descrição de chapéu Obituário Ignez Fontana Tatto (1927 - 2019)

Mortes: Ex-boia-fria, criou clã político e não abria mão do voto

Ignez Fontana Tatto acompanhava votações como se fossem novelas

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Rio de Janeiro

​Morreu na madrugada desta segunda-feira (3), aos 92, Ignez Fontana Tatto, matriarca da família Tatto. Dona Ignez, como era conhecida, faleceu durante o sono.

Ela morreu de causas naturais, agravadas por complicações decorrentes de um acidente de carro, ocorrido há 12 anos, no qual perdera a mobilidade.

Viúva desde 1985, a ex-boia-fria deixa dez filhos —todos nascidos em casa, na roça, com auxílio de parteiras—, 27 netos e 24 bisnetos.

Mãe do deputado federal Nilton, do deputado estadual Ênio e dos vereadores Arselino e Jair, além do ex-deputado Jilmar Tatto, Ignez optou por morrer em casa, no extremo sul de São Paulo, berço político da família batizado de Tattolândia. “Ela morreu cercada pela família, como queria”, conta Arselino.

Ignez nasceu em 14 de março de 1927, na cidade de Guaporé, no Rio Grande do Sul. Já com dois filhos, a agricultora decidiu se mudar para a cidade de Pardo, no Paraná, onde a família viria a trabalhar como boia-fria. 

Ignez Fontana Tatto, matriarca do clã Tatto - Arquivo pessoal

Na década de 70, dona Ignez incentivou os filhos a deixarem o Paraná com destino a São Paulo. Em 1974, com todos instalados na Vila Imbuía, periferia da cidade, os Tatto trouxeram os pais para a capital paulista.

Simpatizante do ex-governador Leonel Brizola no Rio Grande do Sul, dona Ignez organizou campanhas de arrecadação de recursos em apoio aos grevistas do ABC e foi uma das fundadoras do PT, mobilizando amigas à cata de assinaturas necessárias para a fundação do partido.

Filiada ao PT até os dias de hoje, não abria mão de votar, ainda que, com obesidade e diabetes, dependesse de cadeira de rodas. Ela era defensora do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem a família recebeu uma carta, manuscrita, de condolências.

Acompanhava as sessões parlamentares transmitidas pelas TVs Câmara e Alesp e lia diariamente a Folha. "Não assistia às novelas, mas o noticiário político, e nos dava puxões de orelha quando uma notícia negativa era publicada”, diz o filho Arselino.

Embora tenha feito cinco filhos seminaristas, não concretizou o sonho de ter um filho padre. Mas foi a relação com a Igreja Católica que levou a família à política. Católica fervorosa, dona Ignez estimulou os filhos a integrar os movimentos eclesiais de base liderados por padres americanos. 

Na noite de domingo (2), ela recebeu a extrema-unção das mãos do bispo Dom Fernando Figueiredo. Nesta segunda, cinco padres participaram, ao lado de Dom Fernando, da missa de falecimento. Ela foi enterrada no cemitério dos Girassóis, em Parelheiros. 

coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missas​​

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas