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Descrição de chapéu Obituário Davide Lazzarini (1923 - 2019)

Mortes: Conhecido por andar de bicicleta pela Mooca, adorava ópera

Metalúrgico aposentado, nasceu na Itália e trabalhou como mineiro na França

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Os moradores da Mooca estão mais tristes. A figura do senhor carismático que circulava de bicicleta distribuindo sorrisos tornou-se uma crônica dentro da história do bairro paulistano.

O metalúrgico aposentado Davide Lazzarini, 95, morreu dia 4 de dezembro após sofrer um infarto. Suas últimas palavras, ditas à cuidadora, foram “estou ótimo”.

E foi assim que viveu: sem lamentações. Davide preferiu a alegria. “Meu pai andava pelo bairro inteiro para conversar com as pessoas. Às vezes, parava até no Corpo de Bombeiros para bater papo. Ele tinha vontade de viver, de conhecer pessoas, histórias e novas experiências. Era curioso”, conta a filha, a médica Rosana Lazzarini, 59.

O metalúrgico aposentado Davide Lazzarini, 95, com sua bicicleta - Arquivo pessoal

A bicicleta era a testemunha de tanta simpatia e vitalidade. O costume de pedalar veio de Bergamo, na Itália, onde nasceu. Com 27 anos viajou ao Brasil para conhecer o país, mas arrumou emprego e fixou residência.

Davide cresceu na época em que Benito Mussolini implantava a ditadura em seu país natal e de lá fugiu. Ficou órfão cedo e morou temporariamente com os avós. Depois, foi para um colégio interno onde permaneceu até os 17 anos.

O sonho de estudar engenharia foi inviabilizado pela 2ª Guerra Mundial. Convocado, lutou por quatro anos. Arrumou emprego como mineiro de carvão na França. Lá, sofreu um acidente grave e ficou soterrado. Em 1950, chegou ao Brasil.

Andou de bicicleta até os 90 anos de idade. Dedicava horas à leitura de jornais e adorava ouvir ópera. Toda vez que fazia um brinde, cantava um trecho de “La Traviata”, de Giuseppe Verdi.

Viúvo, Davide Lazzarini deixa dois filhos, três netos, uma bisneta e sua companheira por muitos anos, a bicicleta.

coluna.obituario@grupofolha.com.br
 
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