Siga a folha

Surto renal e neurológico em sete homens assusta MG

Quadro misterioso, que causou uma morte e seis internações, ainda não tem causa clara; governo investiga

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Belo Horizonte

Um homem morreu e outros seis estão internados na região de Belo Horizonte após apresentarem um conjunto de sintomas repentinos que incluem insuficiência renal, alterações neurológicas, vômitos e náuseas.

Laudo da Polícia Civil a que a Folha teve acesso indica a presença de uma substância chamada dietilenoglicol na cerveja Belorizontina, da marca mineira Backer, que poderia ser a causadora do quadro.

A substância química é usada para evitar que líquidos congelem e para impedir que evaporem —a Backer afirma que a substância não faz parte de seu processo de fabricação.

A Polícia Civil avisa que os lotes L11348 e L21348 da cerveja não podem ser consumidos e pede aos consumidores que os devolvam, se os encontrarem.

A Backer está presente em 11 estados brasileiros, entre eles São Paulo, Rio, Bahia e Espírito Santo, além de Minas. A cerveja é amplamente consumida em Minas Gerais e venceu premiações internacionais, como a Copa de Cervezas de America.

A polícia instaurou nesta quinta-feira (9) ação cautelar e informou que várias frentes de ação serão adotadas. A investigação está na fase inicial, e segundo a polícia, não há informação se foi intencional.  Por ora, o quadro é tratado como síndrome nefroneural, e novos testes serão realizados.

“A situação é grave e os consumidores estão expostos a risco”, afirma Amauri da Mata, promotor do Procon Estadual.

O Ministério da Saúde afirmou, em nota, que foi notificado em 5 de janeiro pela Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais “sobre a ocorrência de casos graves de insuficiência renal aguda com alterações neurológicas de causa não identificada”. 

Polícia faz perícia em cervejaria em Belo Horizonte após casos suspeitos de doença  - Uarlen Valerio/O Tempo/Folhapress

O ministério informou que auxilia técnicos das secretarias municipal e estadual na investigação e não validou a informação sobre a morte.

A pasta disse ainda que os municípios de Ubá e Nova Lima também notificaram casos, mas que “o local provável de exposição” dos sete casos é Belo Horizonte. 

O primeiro caso notificado data de 30 de dezembro. Todas as vítimas são homens, com idade entre 23 e 76 anos. Eles têm em comum o fato de terem frequentado recentemente o bairro Buritis, na zona oeste da capital —um dos mais populosos de Belo Horizonte, com 30 mil moradores.

Relatos do surto começaram a circular nas redes sociais no primeiro fim de semana deste ano. 

Disseminou-se por pelo menos 25 grupos de WhatsApp a hipótese de que o surto poderia ter sido causado pelo consumo de alimentos contaminados em Buritis, bairro residencial de classe média, o que alarmou os moradores. 

“Dezenas de pessoas entraram em contato comigo e chegaram a falar que não comem nada no bairro até que a situação seja resolvida”, afirma o empresário Braulio Lara, presidente da Associação dos Moradores do bairro Buritis.

Durante a semana, a informação de que a cerveja seria a fonte da contaminação também se disseminou pela cidade e em grupos de WhatsApp.

A cervejaria negou que o produto e as garrafas que o armazenavam estivessem contaminadas. 

Na quarta (8), a perícia da Polícia Civil esteve na sede da cervejaria, no bairro Olhos D’ Água, para investigar se houve contaminação do produto. 

A Cervejaria Backer declarou, por meio de nota, que está colaborando com os órgãos públicos de saúde que estão realizando perícias em todo o seu processo de produção.

Disse também que vai manter os consumidores, distribuidores e a sociedade informados, tão logo tenha acesso aos laudos periciais, ora em curso. 

Informou ainda que por precaução, vai retirar imediatamente de circulação os lotes em questão,  L1 1348 e L2 1348, e que o dietilenoglicol “não faz parte do processo de produção da cerveja Belorizontina.”

Colaborou Geórgea Choucair

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas