Os laços com Caconde (a 288 km de SP), cidade de nascimento de Hugo Mazzilli sempre foram fortes.

Após passar por colégios em Muzambinho (MG) e em São Paulo, formou-se médico pela USP.

Com o diploma em mãos, retornou à cidade natal e iniciou o atendimento na cidade, nas áreas de clínica, pediatria, cirurgia geral e obstetrícia. 

Em pouco tempo, conquistou o carinho e a confiança da população. "Meu pai era muito querido e não media esforços para atender seus pacientes.

Muitas vezes, a assistência ocorria em domicílio e em alguns locais ele só conseguia chegar a cavalo", conta o filho Hugo Nigro Mazzilli, 69, advogado e professor emérito da Escola Superior do Ministério Público de São Paulo.

Em 1947, Hugo foi vereador e quatro anos depois elegeu-se prefeito de Caconde. Em sua gestão, entre outros feitos, estão a construção da Estação Rodoviária de Caconde (a primeira construída especificamente para esse fim no país) e os serviços de captação e tratamento da água potável.

Em 1962, de volta à capital paulista, trabalhou como médico em várias empresas privadas e na Prefeitura de São Paulo, até os 80 anos.

"De forma pioneira no Brasil, meu pai foi um dos criadores do curso de medicina do trabalho para a USP. Ele era sério em tudo o que desempenhava. Construiu ambientes de amor e respeito em casa e por onde passou, sempre com palavras de esperança", diz o filho. 

Suas histórias constam no livro de memórias Muitas Vidas, publicado em 1998. 

Hugo Mazzilli morreu dia 31 de janeiro, aos 101 anos, por complicações de uma infecção. Viúvo, deixa quatro filhos, dez netos e sete bisnetos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br
 
Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missa