Se havia um segredo que Octávio Pugliesi guardava bem era o da receita da fogaça, que atrai milhares de pessoas anualmente, em agosto, para a tradicional festa de Nossa Senhora Achiropita, no Bixiga (centro).
O evento gera recursos para sete projetos sociais da paróquia.
A receita é italiana, emprestada pela mãe de sua esposa Ida, que ensinou o segredo ao marido e o guardou a sete chaves.
Por insistência dela, a fogaça entrou para o cardápio do evento em 1979 e com o sucesso virou o carro-chefe do evento.
Toda edição da festa, há mais de 40 anos, Octávio acompanhava os preparativos da iguaria. Ultimamente, estavam sob sua responsabilidade a abertura da massa e o cuidado.
"Nos dias de festa, ele caminhava pela rua Treze de Maio e entrevistava as pessoas para saber a opinião sobre a massa e o recheio. Octávio era preocupado com a qualidade e queria medir a aprovação dos clientes", conta a filha, a aposentada Marilice Pugliesi Godoy, 69.
Nascido no bairro de Bela Vista (centro), sua proximidade com os assuntos da igreja não se resumia à festa.
Octávio era religioso e devoto de Nossa Senhora Achiropita. Ia à igreja diariamente para rezar o terço.
"Alegre, dedicado e preocupado com os assuntos da igreja, carregava consigo a importância da fé", diz o amigo e voluntário da festa há 40 anos, José Gardin, 81.
Jamais deixava São Paulo em agosto, mas, quando tinha a oportunidade de viajar, visitava municípios como Poços de Caldas (MG) e Lindoia (154 km de SP), que adorava.
Octávio Pugliesi morreu dia 29 de janeiro, aos 94 anos, de infarto. Deixa esposa, uma filha, o genro e dois netos.
coluna.obituario@grupofolha.com.br
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