Mortes: Pela matemática, educou e preparou jovens para a vida
Sylvia Judith Hamburger Mandel atuou na fundação do Centro Brasileiro de Filosofia para Crianças, que permitiu mesclar o ensino da filosofia com a matemática
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Para Sylvia Judith Hamburger Mandel, ser professora significava ensinar sobre a vida.
Nascida em São Paulo, ela era a mais velha de três irmãs de uma família descendente de alemães.
Dedicou-se à educação e à ajuda ao próximo. Formou-se em matemática na USP e em filosofia na PUC de São Paulo.
Na matemática e na geometria, disciplinas que lecionou ao longo de 30 anos para o 8º e 9º anos, a maior parte dos quais na Escola Nossa Senhora das Graças, o desafio era encontrar o caminho do pensar.
Na década de 1980, atuou na fundação do Centro Brasileiro de Filosofia para Crianças, que permitiu mesclar o ensino da filosofia com a matemática, com o objetivo de preparar os jovens para a vida.
Os filhos, o empresário Eduardo Mandel, 31, e o administrador Gabriel Mandel, 33, foram seus alunos. Sylvia nunca permitiu que os papéis se misturassem, tanto que ambos chegaram a ficar em recuperação em geometria.
"Na escola, nós não podíamos chamá-la de mãe; ela não atendia. As nossas dúvidas sobre as matérias só eram esclarecidas em sala de aula", conta Eduardo.
Professora enérgica, foi carinhosa na mesma proporção, para não contrariar a precisão da matemática.
"Nunca a vi brigar e nem falar palavrão. Sua imagem é o sorriso. Ela viveu para educar as pessoas", afirma o marido, o consultor de empresas Pérsio Alberto Mandel, 63.
Os dois se conheceram crianças. Ficaram amigos e começaram a namorar na época da faculdade. Nunca mais se desgrudaram.
O namoro durou até 18 de fevereiro, quando Sylvia Judith Hamburger Mandel pediu licença para se retirar.
Ela morreu aos 61 anos, por complicações de uma doença degenerativa. Deixa o marido, dois filhos e duas irmãs.
coluna.obituario@grupofolha.com.br
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