Pedagoga Clélia Rosa fala sobre educação antirracista em live
Especialista em questões de gênero e étnico-raciais trata de como a formação reproduz discriminações
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Somos ensinados a reproduzir o racismo? E, se a formação contribui para perpetuar olhares e práticas discriminatórias, é possível elaborar uma educação antirracista e emancipadora desde a primeira infância? Como?
A live desta quarta-feira (8), às 17h, da série Ao Vivo em Casa debate estas e outras questões étnico-raciais na educação com a pedagoga Clélia Rosa.
A encontro será transmitido ao vivo nesta página e no canal da Folha no YouTube e terá mediação da jornalista Fernanda Mena.
Mestre em educação pela Unicamp, Rosa pesquisa relações de gênero e raça na educação escolar e familiar, atua na formação de professores para a implementação da lei 10.639, de 2003, que estabelece a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileiros nas escolas do Brasil.
"As pessoas têm repensado o papel da escola, da educação e dos professores. E, se este é um momento de repensar o lugar e o valor da escola, também é tempo de repensar quais conhecimentos e valores essa escola reproduz", avalia ela.
Para Rosa, a escola, como instituição formal de construção de conhecimento e das identidades, é indissociável do chamado racismo estrutural e, portanto, é central no exercício de transformação estrutural da sociedade.
"A presença de negros nas diversas escolas, como docentes e como alunos, é importante. Mas não adianta ter corpos negros na escola quando sua base epistemológica é brancocêntrica", avalia.
Segundo ela, a educação como exemplo do racismo estrutural está expressa nos dados escolares do Brasil. Enquanto 74% dos estudantes brancos concluíram o ensino médio até os 19 anos em 2018, enquanto, entre pretos (53,9%) e pardos (57,8%), esses percentuais são ao menos 16 pontos percentuais inferior.
Dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) apontam que, no 5o ano do Ensino Fundamental, enquanto 59,5% dos alunos brancos tinham conhecimento adequado em matemática, os percentuais entre pretos (29,9%) e pardos (49,2%) eram significativamente menores.
Entre os múltiplos fatores que ajudam a explicar esses dados está a representação: boa parte das crianças têm como primeira representação de pessoas negras na figura dos africanos escravizados. A falta de referenciais negros entre brinquedos e livros também contribui para o aparecimento de questões de auto-imagem.
"Promover práticas que mostre a potencialidade das pessoas negras e das relações raciais são uma pauta de todos os brasileiros", diz.
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