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Descrição de chapéu Obituário Ruth Vidal da Silva Martins (1934 - 2021)

Mortes: Viveu os dias com doçura, propagou a fé e o amor a Deus

Formada em direito, Ruth conciliava os cuidados do lar com os da advocacia, em apoio ao marido, Ives Gandra da Silva Martins

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São Paulo

A fé, o amor a Deus e a doçura eram as características marcantes de Ruth Vidal da Silva Martins. Filha de Antônio Salles Vidal e Carísia Barreto de Almeida, Ruth nasceu em Monte Mor (a 117 km de SP).

Principalmente após a morte de seu pai, em 1943, Ruth era o braço direito de Carísia nas tarefas domésticas. Seu propósito era estudar direito.

“Terminado o colegial no Liceu Pasteur, mas tendo que abandonar a Aliança Francesa e as aulas de violino com a morte do pai, Ruth ingressou no cursinho pré-vestibular Castelões para se preparar para o vestibular do curso de direito da Faculdade do Largo de São Francisco”, conta o filho Ives Gandra da Silva Martins Filho, jurista e ministro do Tribunal Superior do Trabalho.

Lá, em 1953, conheceu o marido, o atual jurista Ives Gandra da Silva Martins, que havia chegado da França, onde fez um curso técnico de perfumista para trabalhar com o pai, José da Silva Martins, um português que representava no Brasil uma firma francesa de essências aromáticas.

Ruth Vidal da Silva Martins (1934-2021) e o marido, o jurista Ives Gandra da Silva Martins - Arquivo pessoal

A beleza, a discrição, as virtudes, o caráter e a fé de Ruth despertaram o amor em Ives. Após alguns encontros, em um 24 de dezembro, Ruth aceitou o pedido de namoro. Ambos se formaram na mesma turma de direito.

Casaram-se em 31 de julho de 1958 e tiveram seis filhos, entre eles Ives Gandra da Silva Martins Filho e Angela Vidal Gandra Martins, secretária nacional da Família no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do governo de Jair Bolsonaro.

“Meu pai era agnóstico e avesso à religião. Ela o aproximou de Deus e propagou a fé entre a família. Nos ensinou a valorização da fé e a visão transcendente da vida. Com sua doçura, manteve a coerência entre a vida e a fé”, afirma o filho.

No início de casada, Ruth se dedicou à casa e à família com especial atenção à educação dos filhos. Firme e exigente, sabia aliar carinho e autoridade sem pecar por omissão, desde o comportamento à mesa ao desempenho escolar, passando pela obediência e fraternidade.

Paralelamente, como tinha formação jurídica e escrita impecável, revisava os pareceres jurídicos feitos pelo marido e colaborava com o escritório de advocacia dele, do qual veio a ser sócia por vários anos.

Mesmo sendo uma pessoa discreta, por pouco tempo Ruth comandou um programa de entrevistas na Rede Vida sobre cultura e atualidades.

Ao longo da vida, sentia-se feliz em ficar perto da família, principalmente dos filhos e netos.

“Ela soube estruturar sua família e mantê-la unida, estar presente e acompanhar o desempenho escolar dos filhos e sua projeção profissional, enfrentar os desafios familiares com perseverança e serenidade, dividir com o marido a corresponsabilidade no lar e conquistar o amor a cada dia, tornando sua casa um verdadeiro lar, onde cada filho, neto ou membro da família poderia considerar-se único”, diz Ângela.

Desde a época de namoro até os dias atuais, após sua morte, Ruth é a inspiração do marido para a composição de poesias.

Em 1999, veio o primeiro livro em sua homenagem: “O Livro de Ruth: Obra Poética”, que remete ao título bíblico. Em 2016, foi a vez da obra intitulada “101 Poemas para Ruth” e três anos depois Ives Gandra publicou “Mais Haicais para Ruth”.

Ruth Vidal da Silva Martins morreu em 26 de janeiro, aos 86 anos, por complicações da Covid-19. Deixa o marido, os filhos Ives, Ângela, Roberto, Renato, Rogério e Regina, o genro Marcos, a nora Cláudia e os netos Fernanda, Guilherme, Renata, Helena, Daniela, André e Luís Felipe.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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Erramos: o texto foi alterado

Ives Gandra da Silva Martins Filho é jurista e ministro do Tribunal Superior do Trabalho.​ O texto foi corrigido.

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