O comerciante Masataka Ota, pai do menino Ives Ota, morreu na noite desta quarta-feira (24), aos 64 anos, vítima de câncer. Ele estava internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Ota foi vereador durante dois mandatos em São Paulo (de 2013 a 2020).
Ota ficou conhecido nacionalmente após o sequestro e assassinato do filho Ives, aos 8 anos, em agosto de 1997. Ao lado da mulher, Keiko Ota, ele criou o Movimento Paz e Justiça, ficou frente a frente com os criminosos e os perdoou.
Preferiu a ação: iniciou uma trajetória política marcada pela defesa de leis mais duras para os autores de crimes hediondos e pela redução da impunidade criminal. Essa mesma bandeira política foi defendida por Keiko na Câmara dos Deputados.
O motoboy e os dois policiais acusados de sequestrar e matar o filho do casal foram condenados a penas entre 43 e 45 anos de prisão.
Ives foi levado de sua casa, na Vila Carrão, zona leste da capital. Os sequestradores pediram dinheiro à família, mas teriam decidido matar o menino porque ele reconheceu um dos criminosos, que trabalhava como segurança do pai.
Na época, a família, pioneira das lojas de R$ 1,99, era proprietária de 14 estabelecimentos comerciais.
Além da mobilização contra a impunidade, os Ota ficaram conhecidos por apoiar famílias de outras vítimas da violência. Nos últimos anos, tornou-se comum a presença de Masataka em homenagens e manifestações relacionadas a essas vítimas.
O comerciante nasceu em Tomigusuku, Okinawa, no Japão, e era naturalizado brasileiro. Chegou ao Brasil com um ano de idade. Era pai de Vanessa e Ises, esta nascida depois da morte de Ives.
Após dois mandatos, Ota não conseguiu a reeleição em 2020. Conquistou 9.427 votos e era suplente do PSB na Câmara Municipal.
O ex-governador Márcio França, líder estadual do PSB, despediu-se do ex-vereador com um provérbio japonês, Ichariba Chode, que representa o espírito de união e solidariedade.
"Vai finalmente abraçar seu amado filhinho", disse.
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