Mortes: Pioneiro, foi o ícone da cirurgia bucomaxilofacial
Reinaldo Mazzottini, vítima da Covid-19, foi referência internacional em sua área de atuação
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Considerado um cirurgião muito habilidoso, Reinaldo Mazzottini conquistou, ao longo da vida, o respeito de profissionais da odontologia de todo o Brasil e era referência internacional em sua área de atuação.
A contribuição dele é considerada fundamental para o desenvolvimento da cirurgia bucomaxilofacial, especialidade da odontologia que trata as doenças da cavidade oral e seus anexos, como traumatismos e deformidades faciais.
De acordo com definição do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, Mazzottini é o "grande ícone da cirurgia bucomaxilofacial", além de ter formado centenas de alunos na graduação e na pós-graduação da Faculdade de Odontologia da USP em Bauru (a 330 km da capital).
Ele atuou na USP-Bauru durante quatro décadas como professor do Departamento de Cirurgia, Estomatologia, Patologia e Radiologia e cirurgião no Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, mais conhecido como Centrinho, liderando a equipe de cirurgia bucomaxilofacial.
Era formado em odontologia pela mesma faculdade em que tornou-se um dos docentes mais respeitados. Também na FOB-USP, cursou mestrado e doutorado. Pesquisou o tratamento de pacientes com fissura labiopalatina.
Um dos fundadores do Centrinho, José Alberto de Souza Freitas, o tio Gastão, lembra do grande amigo como um profissional que não se limitava ao atendimento especializado. Também organizava campanhas para ajudar pacientes sem recursos e, quando era preciso, subia em escadas para fazer reparos no hospital que ajudou a construir.
Sobre a juventude em Pirajuí (SP), onde cresceu, as lembranças são de um aluno disciplinado e insistente.
"Enquanto ele não resolvia uma equação, não ia para frente", lembra o amigo Sérgio Buchaim, 71, que dividiu horas de estudos com o futuro cirurgião.
Aposentado, Mazzottini foi mais uma das vítimas da Covid-19 em Bauru, cidade em que 427 pessoas perderam a vida para o coronavírus desde o início da pandemia. Ele morreu na terça-feira (2), aos 75 anos, em um hospital particular da cidade.
"Deixou um legado de grandes profissionais que tiveram o privilégio de aprender e conviver ao seu lado", afirmou, em nota a Sobracibu (Sociedade Brasileira de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial).
Além dos profissionais que formou, é lembrado por centenas de pacientes que atendeu ao transformar suas faces e proporcionar autoestima. Alguns o chamavam de "mãos de veludo".
Mazzottini deixou a mulher, Olinda, e os filhos Luciano e Mariana.
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