A enfermeira Adenilza Lázara de Souza uniu a paixão por crianças ao desejo de trabalhar com o público e decidiu seguir carreira na área da saúde.
Subiu degrau por degrau. Começou como auxiliar de enfermagem, graduou-se na mesma área, na Uninove, e ainda investiu em pós-graduação em enfermagem obstétrica e amamentação.
Da segunda nem conseguiu apresentar o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). Infectada pelo coronavírus, Adenilza morreu dia 27 de fevereiro, aos 47 anos.
O esposo Fernando Aparecido dos Santos, 57, policial militar da reserva, conta que ela era adepta aos procedimentos humanizados.
“Ela adorava trabalhar com partos, aproveitando a experiência dos muitos estágios que fez. Em congressos e cursos, sempre tentava se especializar para oferecer o melhor serviço. A Adenilza era dedicada e gostava muito do que fazia”, diz Fernando.
A jornalista Adriana Küchler, 39, a conheceu num coletivo de mães. Adenilza as auxiliava para a amamentação.
“Ela era carinhosa, paciente, tão apreciada e querida pelas mães que elas passavam o contato dela como se fosse um presente. A Adenilza ia além do profissional. Ela conversava, passava conforto e ajudava as mães em seus momentos de fragilidade. Pegava as mães pelas mãos e cuidava delas. Tinha o olhar duplo, para a mãe e o bebê”, conta.
“Em algum momento, vou contar à minha filha como ela foi importante para dar de mamar a ela”, completa Adriana.
Em 2018, Adenilza aproveitou a aposentadoria de Fernando e preparou a mudança para uma cidade mais tranquila. Em maio de 2021, o casal completaria 30 anos de matrimônio. Juntos tinham quatro filhos.
Adenilza prestou concurso para o cargo de enfermeira obstetra na prefeitura de Miracatu (138 km de SP), foi aprovada e tomou posse em abril de 2020, quando mudou-se para o município.
Ela e Fernando se conhecerem num ônibus, em 1989. Ambos moravam em Campo Limpo (zona sul) e trabalhavam no centro.
Apaixonada por animais, Adenilza tinha quatro gatos e um cachorro, e cuidava de 11 gatos abandonados. Era vidrada em livros e filmes de temas relacionados à família.
“A lição mais bonita que ela nos deixou foi a do amor ao próximo. Foi o que ela praticou em sua vida”, afirma Fernando.
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