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Descrição de chapéu Obituário Dinu Octav Manole (1932 - 2021)

Mortes: Visionário, incentivou novas tecnologias na educação

Dinu Octav Manole investiu no ensino à distância mesmo sem saber o significado

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São Paulo

Por defender quem discordava do regime comunista, o advogado Dinu Octav Manole sofreu perseguição e foi obrigado a deixar sua terra natal, Bucareste, na Romênia. Com uma carreira bem-sucedida, havia passado pela Segunda Guerra Mundial ao lado da família.

Aos 29 anos, partiu para o Brasil. Desembarcou em São Paulo com uma mala de 5 kg sem roupas próprias para o clima tropical ou dinheiro.

Dinu também não conhecia a língua portuguesa e por isso enfrentou dificuldades até receber ajuda da comunidade romena: passou fome e dormiu algumas noites em um banco na praça da República (centro).

Dinu Octav Manole (1932-2021) com a filha Amarylis Manole - Arquivo pessoal

O primeiro emprego foi em vendas, atividade que representava seu maior talento. Mesmo com as dificuldades no idioma, tornou-se expert em negócios e iniciou a comercialização da Enciclopédia Britânica para os brasileiros. Viajou de Norte a Sul do país.

“Ele conseguiu sucesso quando começou a pegar na mão das pessoas para elas assinarem a compra. Foi um dos maiores vendedores da Enciclopédia Britânica da época”, conta a filha Amarylis Manole, 47.

Mais tarde, casado e com a primeira filha, Daniela, teve a ideia de vender livros médicos importados. A bordo de uma perua Kombi, começou pelo interior do Paraná.

De volta a São Paulo, em um escritório na praça Oswaldo Cruz (Paraíso), fez a pré-venda do que viria a ser o primeiro livro médico editado pela então Editora Manole: “Síndromes Dolorosas”. Aos poucos, a empresa cresceu e ganhou uma sede na Bela Vista.

O “seu Dinu” foi um incentivador de inovações e de novas tecnologias. Aplaudiu as iniciativas dos novos selos editoriais que surgiram ao longo dos anos.

A filha e CEO da editora tem um selo com seu nome, Amarilys. Por ele saem biografias, livros icônicos da história mundial e os que representam a sua história.

Sem compreender do que se tratava, incentivou a educação à distância. A plataforma Manole Educação tem hoje mais de 240 cursos online de medicina.

Nas reuniões, diante de uma dificuldade, seu Dinu mostrava uma plaquinha com a frase: é por ser impossível que conseguiremos.

“Sempre que reclamávamos de muito trabalho ele ficava bravo. Para quem havia passado fome, guerra e tudo que ele passou, reclamar não tinha sentido”, diz Amarilys.

Apesar de autoritário, era adorado pelos funcionários. Ele sabia reconhecer os méritos de cada um.

Cinco dias após receber a segunda dose da Coronavac, seu Dinu foi infectado pelo coronavírus. Ele morreu no dia 15 de junho, aos 89 anos. Era divorciado, mas tinha uma companheira. Além dela, deixa quatro filhos e seis netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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